Descrição de chapéu Rússia União Europeia

Guerra na Ucrânia: Como EUA e Europa municiam as tropas ucranianas

Leia edição da newsletter da Folha exclusiva sobre o conflito

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter Guerra na Ucrânia. Quer recebê-la no seu ​email? Inscreva-se abaixo.

A incursão russa sobre o território ucraniano chega cada vez mais perto do Ocidente.

Neste domingo, 18º dia do conflito, foguetes atingiram uma base militar nos arredores de Lviv, a 25 quilômetros da Polônia —país membro da União Europeia e da Otan, a aliança militar ocidental—, matando ao menos 35 pessoas.

A localização do ataque aproxima Moscou de uma linha perigosa, reacendendo o temor de escalada do conflito com o envolvimento direto de outras potências, e coloca em risco a vida de mais civis.

  • De acordo com o artigo 5º do tratado da Otan, a organização é obrigada a defender qualquer Estado membro que seja atacado —caso da Polônia;
  • Por estar na fronteira, Lviv é uma das principais rotas de fuga de ucranianos para a Polônia, país que mais recebe refugiados.
Com roupa camuflada e capacete, homem do Exército ucraniano carrega uma arma e um míssil em meio a uma área de terra cavada
Militar ucraniano carrega arma e míssil na região de Kiev, neste domingo. - Gleb Garanich/Reuters

O ataque ocorreu um dia após o vice-primeiro-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, ter alertado que comboios que transportam armas enviadas dos Estados Unidos e da Europa para ajudar as tropas ucranianas seriam um alvo.

A base militar que foi destruída era possivelmente um dos destinos desse arsenal estrangeiro.

O contexto: Enquanto a Rússia trabalha com recursos próprios, a Ucrânia depende da ajuda ocidental, que se traduz em envio de armas, suporte humanitário e recursos financeiros:

  • Estados Unidos: O governo Joe Biden autorizou até agora o repasse de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) para a Ucrânia, valor que inclui equipamentos militares. O Congresso também aprovou um pacote emergencial de US$ 13,6 bilhões (R$ 68 bilhões) para ajuda militar e humanitária;
  • União Europeia: O bloco de 27 países aprovou o uso de 500 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões) para compra e entrega de material letal e equipamentos médicos para a Ucrânia. Há plano para dobrar esse valor;
  • Reino Unido: O primeiro-ministro Boris Johnson prometeu o envio de mais 175 milhões de libras (R$ 1,2 bilhão), sendo 100 milhões a serem fornecidos diretamente para o governo ucraniano. Ao todo, o suporte britânico chega a 400 milhões de libras.


O governo britânico também vai pagar 350 libras (cerca de R$ 2.300) por mês para quem quiser abrigar refugiados da Ucrânia no país.

Opinião: O colunista Hélio Schwartsman analisa a tese de que esforços para disciplinar e regular as guerras tornaram os conflitos mais duradouros.

Imagem do dia

Policiais russos prendem homem que participava de ato contra guerra em Moscou; mais de 860 foram detidos, segundo ONG - AFP

Não se perca

Na última semana, a Folha apresentou avião de caça Sukhoi Su-57, o mais sofisticado da Rússia e que, segundo indicam imagens, fez a sua estreia na guerra da Ucrânia.

Com a ajuda do repórter especial Igor Gielow, que acompanha passo a passo o conflito e já detalhou aqui as armas de cada lado, explicamos quem são as tropas e quais os equipamentos bélicos vistos em combate até agora.

RÚSSIA

  • Quem luta: O Kremlin mobilizou cerca de 200 mil soldados antes do início da invasão, em 24 de fevereiro, e diz que a grande maioria de suas tropas é formada por profissionais. Na sexta, o governo Putin autorizou o recrutamento de cerca de 16.000 voluntários do Oriente Médio, especialmente da Síria;
  • Principal recurso: Os russos investem na força blindada, como versões modernizadas dos tanques T-72 e T-80 e equipamentos da família BMP. Foram lançados mais de 800 mísseis contra alvos ucranianos, e há uso de barragem de foguetes e artilharia.

E os caças? Apesar da capacidade aérea muito superior à do vizinho, a Rússia tem evitado o uso intensivo de aviões de ataque por medo de derrubada e captura de pilotos.

UCRÂNIA

  • Quem luta: Além de treinar civis e impedir a saída de homens de 18 a 60 anos do país, o governo de Volodimir Zelenski apela para voluntários estrangeiros. Proibidas até 2016, as mulheres correspondem a 15% do Exército ucraniano —proporção oficial maior do que a dos russos;
  • Principal recurso: Com blindados menos avançados, os ucranianos têm a seu favor equipamentos estrangeiros de defesa, como os lançadores de mísseis antitanque Javelin (EUA) e NLAW (sueco-britânico) e o antiaéreo portátil Stinger (EUA). Ao menos 20 mil mísseis, modelos antitanque e antiaéreos, entre outros, já foram enviados a Kiev.

O que ver e ouvir para se manter informado

Entenda como Rússia e Ucrânia se mobilizaram para o conflito, em um episódio do podcast Café da Manhã, e como tem sido o avanço das tropas russas, em um vídeo da TV Folha.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.