Novo líder do Estado Islâmico é irmão de ex-califa e entrou no terrorismo após invasão do Iraque

Abu al-Hassan al-Hashemi al-Quraishi assume liderança do grupo após sucessor morrer em ação dos EUA na Síria

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Bagdá | Reuters

O novo líder do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) é irmão do ex-califa Abu Bakr al-Baghdadi, morto em 2019, nasceu no Iraque, juntou-se ao terrorismo após a ação dos EUA que levou à queda do ditador iraquiano Saddam Hussein em 2003 e liderava o shura, conselho consultivo e importante instância do EI.

As informações iniciais sobre o perfil de Abu al-Hassan al-Hashemi al-Quraishi, anunciado nesta quinta (10) como o novo líder do grupo, foram fornecidas à Reuters por duas autoridades de segurança do Iraque e uma fonte ligada a serviços de segurança do Ocidente. Os três falaram sob condição de anonimato.

Fumaça é vista após ataque do Estado Islâmico em Raqqa, na Síria - Zohra Bensemra - 15.ago.17/AFP

Segundo eles, o nome verdadeiro do novo líder é Juma Awad al-Badri. O sobrenome "al-Quraishi", incluído no nome de guerra, também era de seus antecessores. O termo está associado ao de famílias que se declaram descendentes de Maomé, essencial para que um homem possa ser considerado "califa".

Badri assume a liderança do grupo após Abu Ibrahim al-Hashimi al-Quraishi, seu antecessor, detonar o cinto explosivo que levava junto ao corpo no início de fevereiro durante uma operação dos EUA na Síria. Hashimi estava no controle do EI desde 2019, após a morte de Baghdadi, o irmão mais novo de Bakr.

As poucas informações disponibilizadas apontam que Badri é um radical que se juntou a grupos jihadistas salafistas (que seguem um islamismo ultraconservador e internacionalista) em 2003 e era conhecido por sempre acompanhar Baghdadi como companheiro pessoal e consultor jurídico.

Ele também era chefe do shura, conselho que orienta a estratégia do EI e decide a sucessão da liderança quando um califa é morto ou capturado. A gravação de áudio por meio da qual o grupo anunciou o nome do novo líder dizia que ele havia sido nomeado pelo próprio Quraishi como sucessor antes de sua morte.

Ainda segundo as informações, ele estaria escondido na Síria, mas teria cruzado a fronteira para o Iraque recentemente. Badri tem outros dois irmãos, um detido há anos pelo serviço de segurança iraquiano. O paradeiro do outro é desconhecido, mas acredita-se que também atue com facções radicais islâmicas.

O novo líder do EI herda o controle de recursos financeiros significativos, de acordo com relatório de dezembro da equipe de monitoramento das Nações Unidas sobre o assunto.

A avaliação calculou que as reservas do grupo estavam entre US$ 25 milhões e US$ 50 milhões (R$ 125 milhões a R$ 251 milhões), ainda que o EI gaste muito mais do que ganha, segundo a ONU.

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