O presidente russo, Vladimir Putin, e o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, conversaram sobre expandir uma parceria estratégica entre seus países em um telefonema nesta terça-feira (1º), informou a agência russa de notícias Interfax, citando o Kremlin.
Eles também discutiram a situação na Ucrânia. Maduro expressou apoio à Rússia, condenou o que chamou de atividade desestabilizadora dos Estados Unidos e da Otan e enfatizou a importância de combater o que classifica de campanha de mentiras e desinformação lançada pelos países ocidentais.
A iniciativa da conversa entre os líderes partiu da Venezuela.
Em janeiro, cerca de um mês antes de a Rússia invadir a Ucrânia, o Kremlin havia sugerido enviar tropas para Venezuela e Cuba, como forma de pressionar a Otan, a aliança militar ocidental. Os dois países latino-americanos são os principais aliados de Putin no quintal estratégico dos Estados Unidos.
Na ocasião, a crise que resultou na invasão da Ucrânia já se desenhava, e a Rússia também ameaçou abandonar os diálogos que mantinha com a Otan sobre o assunto. O Kremlin posicionou mais de 100 mil homens desde novembro nas fronteiras do país vizinho.
À época, o vice-chanceler Serguei Riabkov disse que não seria possível excluir o posicionamento de forças nos países latino-americanos. O eco disso é óbvio: em 1962, a União Soviética quis responder às instalações de mísseis nucleares americanos na Turquia colocando um regimento de foguetes em Cuba.
O incidente causou a mais famosa crise da Guerra Fria, com um bloqueio naval americano impedindo a chegada de navios soviéticos com mais armas, quase levando a um conflito nuclear entre as potências.
Não é um exercício irreal pensar que Riabkov tenha pensado em mísseis com capacidade nuclear a poucos quilômetros da costa americana, para responder à suposta intenção da Otan de fazer o mesmo em relação à Rússia no Leste Europeu.
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