Descrição de chapéu mudança climática

Tornado deixa ao menos um morto em Nova Orleans e gera alerta em 4 estados americanos

Região ainda não se recuperou totalmente do furacão Ida, do ano passado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Nova Orleans | Reuters e AFP

Um grande tornado atingiu Nova Orleans, no estado americano de Louisiana, na noite desta terça-feira (22), expandindo-se para mais três estados nesta quarta (23). A tempestade deixou um rastro de destruição e ao menos um morto e oito feridos, em outro revés para uma área que ainda não se recuperou totalmente do furacão Ida, no ano passado.

"Procure abrigo agora!", alertou, no Twitter, o escritório local do Serviço Nacional de Meteorologia.

Uma nuvem escura atravessou diversos bairros de Nova Orleans por volta das 19h30 de terça-feira (horário local, 21h30 no horário de Brasília).

Autoridades informaram à imprensa local que uma pessoa morreu. O líder comunitário de uma das áreas atingidas, John Lane, disse à Reuters que se trata de um homem de 26 anos, encontrado perto de sua casa. Ele afirmou também que outras oito pessoas foram levadas ao hospital com ferimentos leves e que as equipes de busca e resgate terminaram a maior parte de seu trabalho.

Segundo Lane, equipes e autoridades locais estavam indo de quarteirão em quarteirão avaliar os danos deixados pelo tornado, que parece ter seguido uma trajetória em linha reta por cerca de 3 km. "É uma destruição. As casas estão em pedaços, jogadas nas ruas."

Em Arabi, bairro no subúrbio de Nova Orleans, o tornado derrubou telhados, árvores e postes. Um vídeo publicado no Twitter pelo canal Fox 8 mostrou bombeiros perto de uma casa sem telhado e com as paredes derrubadas.

Cerca de 1.700 imóveis ficaram sem eletricidade na manhã desta quarta-feira, de acordo com a empresa de energia local. Aulas nas escolas foram canceladas, e a Universidade Estadual de Louisiana fechou seu campus durante o dia.

O fenômeno foi provocado por um sistema de tempestades que atravessou o sul dos EUA e gerou fortes chuvas e ventos à medida que se desloca para o leste. Alertas foram emitidos nos estados de Mississippi, Alabama e Flórida, e o Serviço Nacional de Meteorologia informou que ventos, tornados e chuva de granizo poderiam afetar a região ao longo da quarta-feira.

Na terça, o governo de Joe Biden informou que alocaria mais de US$ 1,7 bilhão para Louisiana após as duas últimas temporadas de furacões destrutivos, segundo a mídia local.

Grande parte do sul do estado ainda se recupera do furacão Ida, tempestade de categoria 4 que atingiu a região em agosto passado. As tempestades, que surgiram no Caribe e avançaram para os EUA até chegar à costa nordeste, entre Nova Jersey e Nova York, deixaram dezenas de mortes e regiões destruídas. O Ida foi um dos eventos climáticos mais caros da história americana.

A região de Nova Orleans ainda está traumatizada também pelo furacão Katrina, de 2005. A cidade foi rodeada por centenas de quilômetros de diques após a devastação causada pelo desastre, que inundou bairros de maioria negra e deixou mais de 1.800 mortos.

Ainda que fenômenos do tipo sejam esperados para essa época do ano no hemisfério Norte, a força com que eles chegam é cada vez maior. O último relatório da Avaliação Nacional do Clima, feito por agências federais americanas, indicou que o aumento da precipitação extrema é projetado para todas as regiões dos EUA nas próximas cinco décadas, em especial no meio-oeste e no nordeste americanos.

Outros documentos embasados pela comunidade científica também acendem o alerta para a emergência climática. No ano passado, a OMM (Organização Meteorológica Mundial), braço das Nações Unidas para questões do clima, lançou um relatório global demonstrando que a ocorrência de eventos climáticos extremos aumentou cinco vezes nas últimas cinco décadas.

Relatório do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU) divulgado no início de agosto também trouxe projeções preocupantes sobre o tema. Comparando a situação atual com a de 1850, o órgão calculou que o volume de água das tempestades já é 6,7% maior —e pode chegar a 30,2% no pior cenário. ​

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.