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China condena americano à pena de morte por assassinato

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Igor Patrick
Pequim

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Um americano foi condenado à morte na quinta (21), após ser considerado culpado pelo assassinato da namorada chinesa.

Segundo a rede de televisão estatal CCTV, Shadeed Abdulmateen trabalhava como professor de inglês em uma universidade chinesa quando conheceu a vítima, Chen Moumou. Ele teria mentido para ela sobre ser divorciado e os dois iniciaram um relacionamento que durou cerca de dois anos.

Em maio do ano passado, porém, Abdulmateen começou a ameaçar Chen quando ela terminou com ele. Um mês depois, o professor marcou um encontro com a vítima em um ponto de ônibus e a esfaqueou várias vezes no rosto e no pescoço. Chen teve uma hemorragia forte e morreu no local.

Abdulmateen foi preso em agosto, despertando fúria na internet. À época, chineses reclamaram da lentidão processual e acusaram a polícia de ser leniente com o suspeito pelo fato dele ser estrangeiro.

Com a repercussão do caso, o julgamento foi acompanhado por oficiais do alto escalão nacional, incluindo membros da Assembleia Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

  • O Tribunal Popular Intermediário de Ningbo, responsável pelo veredicto, considerou que o americano "planejou o assassinato por vingança, com intenções vis e meios desprezíveis".

  • "As circunstâncias do crime foram particularmente ruins e as consequências particularmente graves, merecendo punição de acordo com a lei", afirma a sentença divulgada à imprensa.

Nas redes sociais, o anúncio da pena capital foi postado várias vezes acompanhado de um vídeo mostrando a mãe de Chen aos prantos, acusando o homem de "matar sua criança".

A corte divulgou que respeitou os direitos do acusado, disponibilizou um intérprete e notificou a embaixada dos Estados Unidos para que enviassem representantes diplomáticos ao julgamento. Os EUA não se manifestaram.

Por que importa: sentenças de morte são comuns na China. O país é líder mundial em execuções, de acordo com a Anistia Internacional. Contudo, é raro que estrangeiros (sobretudo ocidentais) sejam condenados à morte.


o que também importa

Hong Kong deu sinal verde para que novas versões das vacinas para a Covid-19 desenvolvidas pelas farmacêuticas Sinopharm e Sinovac comecem a ser testadas na cidade.

Os imunizantes usam a mesma tecnologia da versão utilizada atualmente, com o vírus inativado. A novidade é que a nova composição vai trazer a cepa da ômicron, teoricamente oferecendo maior proteção contra a variante.

A vacina da Sinopharm vai ser testada como reforço em adultos que tomaram duas (ou três) doses regulares. Já a Sinovac pretende realizar um estudo mais abrangente para testar a proteção também contra outras variantes do vírus, como a Gama e a Delta.

O país enfrenta vários surtos causados pela ômicron, e as pesquisas atuais mostram baixa eficácia das vacinas usadas pelo país contra a variante. Ainda não há prazo para a conclusão dos estudos em Hong Kong.

A Administração de Aviação Civil da China (CAAC) informou ainda não ter encontrado "nenhuma anormalidade" nas investigações sobre o trágico acidente no voo MU5735, operado pela China Eastern Airlines. O acidente aconteceu em 21 de março e matou todas as 132 pessoas a bordo.

  • O avião estava com o certificado de aeronavegabilidade em dia e relatórios das manutenções preventivas realizadas antes do acidente não despertaram suspeitas;

  • O próximo passo da investigação é analisar as informações de voo nas caixas-pretas do avião e checar possíveis falhas técnicas ou humanas.

Peritos não encontraram registros de problemas no funcionamento de instrumentos no avião, mas esse trabalho começou no fim de março e ainda não tem prazo para terminar.

fique de olho

Depois de três semanas em restrito lockdown, Xangai começa a dar os primeiros sinais de reabertura. Na quinta (21), autoridades divulgaram que o vírus está "sob controle efetivo" em partes da cidade.

Com isso, várias áreas vão progredir de status, passando de "fechadas" para "controladas", o que permite que cerca de 12 milhões de pessoas sejam autorizadas a sair ao ar livre pela primeira vez desde o início das restrições, em março.

Por que importa: a nova onda de infecções pela Covid finalmente começou a dar sinais de que está se estabilizando, embora em níveis bastante altos. Estimativas extraoficiais indicam que a cidade pode ver diminuição significativa apenas no fim de maio, quando o total de infecções deve chegar a 600 mil.

Ao mesmo tempo, a China confirmou novas mortes pela Covid pela primeira vez desde o início do surto: pelo menos 10 pessoas, a maioria delas idosas e não vacinadas.

​para ir a fundo

  • Quando uma pessoa visita uma região considerada perigo de infecção de Covid na China, o QR Code que atesta a saúde dela pode ficar vermelho. Nesta reportagem, o Sixth Tone explica como a mudança trivial pode significar um pesadelo na vida de gente comum. (gratuito, em inglês)
  • A China prepara uma extensa reforma da previdência, desenhada para aumentar a contribuição individual e permitir maior participação do setor privado. Entenda as mudanças e o impacto nas aposentadorias no South China Morning Post. (paywall poroso, em inglês)
  • A UFMG realizou um evento em parceria com a Embaixada da China no Brasil para discutir os prospectos para as relações sino-brasileiras. Com participação do encarregado de negócios Jin Hongjun, a gravação foi disponibilizada integralmente no canal da universidade no YouTube. (gratuito, em português)
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