Condenado a morte troca cadeira elétrica por fuzilamento nos EUA

Desde 1976, apenas três presos optaram por este método; Richard será o quarto

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São Paulo | UOL

O prisioneiro Richard Bernard Moore, 57, condenado à pena de morte na Carolina do Sul (EUA), optou por ser executado pelo pelotão de fuzilamento em vez da cadeira elétrica. Ele é apenas o quarto americano a escolher esse método desde 1976, quando a Suprema Corte restabeleceu a pena de morte no país.

A execução ocorreria no dia 29 deste mês, segundo o jornal New York Post, mas a Suprema Corte da Carolina do Sul suspendeu a ação.

Richard está no corredor da morte desde 2001, após a condenação pelo assassinato do balconista James Mahoney, em 1999, na cidade de Spartanburg, na Carolina do Sul. A execução estava programada para ocorrer em 2020, por meio de injeção letal, mas, pelo fato de os fabricantes de medicamentos se recusarem a fornecer os ingredientes necessários, o método está sendo abandonado no estado.

Richard Bernard Moore, 57, condenado à pena de morte
Richard Bernard Moore, 57, condenado à pena de morte - divulgação

Por isso, ele teve de escolher a cadeira elétrica ou o fuzilamento —e acabou decidindo pelo segundo. Em comunicado, Moore afirma que está sendo forçado a optar entre dois métodos inconstitucionais de execução e que não irá renunciar a qualquer contestação de eletrocussão ou fuzilamento.

"Não acredito que o Departamento [de Correções] deva certificar que um método prescrito por lei, como injeção letal, não esteja disponível sem demonstrar um esforço de boa-fé para disponibilizá-lo", disse.

Segundo o jornal americano The Washington Post, Bryan P. Stirling, diretor do órgão estadual, disse que, apesar dos esforços, "não conseguiu obter ou adquirir as drogas necessárias para execução por injeção letal" e que os fabricantes "se recusaram a vender as drogas ao Departamento".

A defesa do prisioneiro relata que ser forçado a escolher entre um pelotão de fuzilamento e a cadeira elétrica equivale a "punição cruel e incomum" e que a condenação de Moore não justifica a execução, sendo uma sentença desproporcional em comparação com outros crimes semelhantes.

Lindsey Vann, uma das advogadas, afirmou que esses métodos são antiquados e bárbaros. "Praticamente todas as jurisdições americanas [os] deixaram para trás", disse.

Os advogados ainda alegam que as autoridades não estão se esforçando o suficiente para conseguir os ingredientes necessários para a injeção letal. A defesa pediu à Suprema Corte do estado que adiasse a morte, enquanto dois outros tribunais revisam a legalidade da pena.

O estado de Carolina do Sul possui 35 condenados no corredor da morte, tendo a última execução por cadeira elétrica ocorrido em 2008.

Uma lei aprovada um ano atrás no estado, um dos 27 onde a pena de morte continua legalizada no país, obriga os condenados a escolherem os métodos disponíveis, tornando a cadeira elétrica o método padrão de execução, mas permitindo aos presos a opção de serem fuzilados —o que é permitido apenas em outros três estados, Mississipi, Oklahoma e Utah.

A cadeira elétrica já foi usada em 7 das 43 execuções na Carolina do Sul desde 1985, que executou 282 homens e 2 mulheres desde 1912, quando começou o uso da cadeira elétrica. Em 1995, o estado se tornou o 25º a autorizar injeções letais. Já o fuzilamento ocorreu três vezes nos EUA, todas em Utah.

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