Descrição de chapéu terrorismo

Explosão em mesquita no Afeganistão deixa ao menos 33 mortos e engrossa série de ataques

Quinto incidente em 4 dias expõe escalada de tensão entre Estado Islâmico e Talibã

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Cabul | Reuters e AFP

Um dia depois de atentados do Estado Islâmico deixarem dezenas de mortos e feridos no Afeganistão, uma nova explosão atingiu uma mesquita durante as orações desta sexta-feira (22), em Kunduz, no norte do país.

Ao menos 33 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas, segundo Qadri Badri, líder da província. Um porta-voz do Talibã confirmou nas redes sociais o número de óbitos e disse que os feridos somam 43.

"Os autores desses incidentes são elementos do mal, e sérios esforços estão sendo feitos para prendê-los e puni-los", disse Zabihullah Mujahid.

Familiares e amigos levam caixão de vítima de explosão em mesquita xiita em Mazar-e-Sharif, no Afeganistão
Familiares e amigos levam caixão de vítima de explosão em mesquita xiita em Mazar-e-Sharif, no Afeganistão - Kawa Bsharat/Xinhua

A explosão desta sexta se soma a uma série de episódios semelhantes que atingiram todo o país nesta quinta (21), com dois dos ataques sendo reivindicados pelo Estado Islâmico.

Um deles foi em uma mesquita xiita na cidade de Mazar-e-Sharif, que matou pelo menos 12 pessoas e deixou 58 feridas, segundo o balanço mais recente. Os fundamentalistas afirmaram ter colocado uma bolsa com explosivos dentro da mesquita e acionado o dispositivo quando o local estava cheio de fiéis.

O Talibã anunciou a prisão de um suposto membro do grupo, acusado de ter planejado o atentado. Um afegão identificado como Abdul Hamid Sangaryar foi detido, informou à AFP Asif Waziri, porta-voz da polícia da província de Balkh, da qual Mazar-e-Sharif é capital.

"Ele é o cérebro do ataque de ontem [quinta] contra a mesquita", disse Waziri, que o apresentou como um quadro importante do Estado Islâmico.

Já a outra ação reivindicada pelo grupo nesta quinta causou pelo menos 11 vítimas, entre mortos e feridos, em Kunduz, de acordo com Najeebullah Sahel, autoridade de saúde da província. O alvo foi uma van de mecânicos militares, informou o Ministério do Interior.

A pasta também acrescentou que uma terceira explosão numa rua da capital deixou três feridos, incluindo uma criança, mas a autoria desse ataque não foi confirmada oficialmente.

As explosões acontecem durante o mês sagrado islâmico do Ramadã. Ainda nesta semana, outro ataque destruiu uma escola de ensino médio em uma área predominantemente xiita do bairro de Hazara, no oeste de Cabul, a capital, matando pelo menos seis pessoas.

Os governantes do Talibã no Afeganistão afirmam terem aumentado a segurança do país desde que assumiram o poder, em agosto, depois da saída total das tropas americanas do território.

Autoridades e analistas internacionais dizem que o risco de um ressurgimento da militância permanece e, desde então, o grupo extremista reivindicou vários ataques.

O Talibã tenta minimizar a ameaça do Estado Islâmico e luta contra o grupo há anos. Os terroristas são acusados de executar ou reivindicar alguns dos atentados recentes mais violentos no país, como o de maio de 2021 diante de uma escola para meninas em um bairro xiita de Cabul, que matou 85 pessoas.

Também existe a suspeita de que o grupo esteja por trás do ataque a uma maternidade de Cabul, em maio de 2020, no qual morreram 25 pessoas, incluindo mulheres que estavam próximas do momento do parto. A comunidade xiita, uma minoria religiosa no Afeganistão, é frequentemente alvo de militantes sunitas como o EI.

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