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O secretário-geral da ONU, António Guterres, esteve nesta terça em Moscou, em sua primeira visita desde o início da invasão da Ucrânia, há 62 dias. Antes de se encontrar com o presidente Vladimir Putin, o líder das Nações Unidas declarou que trabalhará por uma solução pacífica para o conflito.
"Estamos extremamente interessados em encontrar maneiras de criar as condições para um diálogo efetivo, criar as condições para um cessar-fogo o mais rápido possível", disse.
O fato de Guterres ter passado por Moscou antes de ir a Kiev —o que deve ocorrer na quinta (28)— foi criticado pelo presidente Volodimir Zelenski. Mas o mandatário ucraniano tem recebido importantes autoridades em apoio ao seu país durante o conflito, entre as quais:
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Antony Blinken e Lloyd Austin, respectivamente secretários de Estado e de Defesa dos EUA, os primeiros membros do governo norte-americano a ir à Ucrânia na guerra;
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Boris Johnson, premiê do Reino Unido, que em uma "visita surpresa" no dia 9 anunciou mais ajuda militar ao país;
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Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, que no dia 20 afirmou que a União Europeia fará o possível para que a Ucrânia ganhe a guerra;
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Líderes de Polônia, República Tcheca e Eslovênia, os primeiros governantes estrangeiros a visitarem Kiev, em 15 de março, quando a capital ainda era alvo de bombardeios.
Por questões de segurança, as viagens das autoridades são cercadas de segredos. Apesar de a visita dos secretários dos EUA ter sido anunciada na véspera por Zelenski, a Casa Branca só se manifestou quando o encontro já havia sido realizado.
Para chegar a Kiev, Blinken e Austin desembarcaram na Polônia, uma vez que o espaço aéreo ucraniano está fechado.
No caso de Johnson, sua ida só foi anunciada oficialmente quando o premiê britânico estava em Kiev. Ele divulgou, após o retorno, ter viajado de trem.
Não se perca
O que acontece quando um representante diplomático declarado "persona non grata"? Explicamos em três pontos:
- Retirada: A declaração de "persona non grata" significa que determinada pessoa não é bem-vinda no país e que, caso não saia, perderá prerrogativas e imunidades do seu cargo. Na prática, é um pedido de retirada, já que a rigor as expulsões se aplicam a estrangeiros que não têm imunidade diplomática e representam ameaça, explica Lima;
- Justificativa: A medida pode ser tomada a qualquer momento, sem que o Estado precise justificar sua decisão. No entanto, afirma Lima, os países costumam apontar suas razões para expressar o descontentamento com alguma situação, como ocorre na guerra da Ucrânia;
- Prazo: A Convenção de Viena não prevê prazo para a saída, mas ela costuma ocorrer o mais rápido possível após a notificação para que não haja risco de punições ou outras medidas para os representantes, agora sem imunidade diplomática.
O que aconteceu nesta terça (26)
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Países da Otan, incluindo a Alemanha, acertaram envio de mais armas à Ucrânia;
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Kremlin anunciou corte de gás a Polônia e Bulgária;
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Rússia disse ter tomado região no sul da Ucrânia, e Transdnístria, na Moldova, declarou 'alerta vermelho' para risco de terrorismo;
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ONU divulgou que refugiados da guerra chegam a 8,3 milhões.
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O que ver para se manter informado
O depoimento de crianças ucranianas sobre a invasão russa:
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