Descrição de chapéu União Europeia

Macron diz que nada está decidido, e Le Pen promete unir França se eleita

Corrida para o Eliseu será decidida em 24 de abril entre atual presidente e candidata de ultradireita

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Milão

O líder da França, Emmanuel Macron, pediu aos eleitores neste domingo (10), dia do primeiro turno das eleições presidenciais no país, que evitem a chegada ao poder de sua opositora, a ultradireitista Marine Le Pen, quando os dois se enfrentarem no segundo turno, em 24 de abril.

Às 21h45, no horário local, Macron subiu ao palco para se dirigir a uma entusiasmada plateia no centro de exposições Porte de Versailles, em Paris, depois de obter mais votos do que sua oponente. Ele disse que "nada está decidido" e prometeu trabalhar para convencer todos os eleitores, incluindo aqueles que se abstiveram ou votaram em candidatos de ultradireita e de ultraesquerda, a votar nele.

Macron durante fala a seus apoiadores, em Paris, após a divulgação do resultado parcial do primeiro turno
Macron durante fala a seus apoiadores, em Paris, após a divulgação do resultado parcial do primeiro turno - Benoit Tessier/Reuters

Se eleito, afirmou ele, em um discurso de 15 minutos, levará adiante o projeto de uma França independente, dentro de uma Europa forte, sem populismo e sem xenofobia.

​Macron agradeceu a todos os candidatos derrotados, menos sua adversária, e disse que o único projeto crível sobre o poder de compra, que virou o tema central desta campanha, é o seu. "Sei que alguns votarão em mim para barrar a extrema direita, e não para apoiar meu projeto. Eu respeito isso", disse.

Antes, às 20h30, Le Pen subiu ao palco do pavilhão Chesnaie du Roy, no parque Floral, em Paris, onde seus apoiadores comemoravam, para agradecer quem a viu como a mais qualificada para derrotar Macron.

Em seu discurso, procurou capitalizar o sentimento anti-Macron após os protestos dos coletes amarelos e o classificou como divisivo e polarizador, prometendo costurar uma "França dilacerada" se for eleita.

"O segundo turno será uma escolha crucial entre duas visões: divisão e desordem ou a mobilização do povo em torno da justiça social", disse ela, chamando os que não votaram em Macron a se juntarem a ela.

Marine Le Pen durante seu discurso após a divulgação dos resultados do primeiro turno, em Paris - Rit Heize -10.abr.2022/Xinhua

De acordo com a projeção do instituto Ipsos, divulgada após o fechamento das urnas (às 20h de Paris, 15h em Brasília), o presidente centrista tem 28% dos votos, ante 23,2% da candidata da ultradireita. Em terceiro lugar, vem o ultraesquerdista Jean-Luc Mélenchon, com 21,7%.

O segundo turno vai reeditar as eleições de 2017, em que Macron, 44, enfrentou Le Pen, 53. No primeiro turno de 2017, Macron obteve 8,6 milhões de votos, com 24% dos válidos, enquanto Le Pen somou 7,7 milhões, com 21%. Pesquisa divulgada neste domingo, também da Ipsos, aponta vitória de Macron por 54% a 46% no segundo turno. Em 2017, ele derrotou Le Pen por 66% a 34%. A última vez que um presidente francês conseguiu a reeleição foi há 20 anos, com o conservador Jacques Chirac.

Cerca de 49 milhões de eleitores estavam habilitados a ir às urnas, mas a abstenção, estimada em 26%, é mais alta do que há cinco anos, quando atingiu 22,2% —na França, o voto não é obrigatório. A abstenção neste domingo só não é maior que a registrada em 2002, quando a taxa foi de 28,4%.

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