Mimi Reinhardt, secretária que fez a lista de Schindler, morre aos 107 anos

Judia elaborou famoso catálogo do industrial alemão, que salvou milhares de vidas e inspirou filme de Spielberg

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São Paulo

Mimi Reinhardt, secretária que elaborou a lista de Oskar Schindler, industrial alemão que salvou a vida de mais de mil judeus na Segunda Guerra, morreu em Israel aos 107 anos, informou sua família na sexta (8).

"Minha querida e única avó morreu aos 107 anos. Que ela descanse em paz", escreveu sua neta Nina, em hebraico, a parentes, em uma mensagem vista pela agência de notícias AFP.

Mulher idosa sentada em sofá exibe fotografia em preto e branco do industrial alemão Oskar Schindler
Mimi Reinhardt, a secretária de Oskar Schindler - Gideon Markowicz - 23.nov.19/AFP

Judia de origem austríaca, Reinhardt viveu em Cracóvia, na Polônia, antes da Segunda Guerra, e foi contratada por Schindler (1908-1974), para quem trabalhou até 1945. Durante o conflito, ela compilou listas de funcionários judeus salvos das câmaras de gás nazistas pelo empresário.

A história ficou mais conhecida por meio do filme "A Lista de Schindler", de Steven Spielberg, que ganhou sete estatuetas do Oscar e dezenas de premiações internacionais. Contudo, a secretária não faz parte do filme, no qual as listas com os nomes judeus são elaboradas por um sócio do industrial.

Reinhardt afirmou ter conhecido Spielberg, mas admitiu que levou anos para assistir à produção. "Fui convidada para a estreia em Nova York, mas tive que sair antes da exibição, foi muito difícil para mim."

Reinhardt, que viveu em Nova York após a guerra, mudou-se para Israel em 2007, aos 92, para se juntar ao único filho, Sacha Weitman, então professor de sociologia da Universidade de Tel Aviv, e aos netos.

"Sinto-me em casa", disse aos jornalistas que a esperavam no aeroporto.

Nos últimos anos, ela viveu em uma casa de repouso em Herzliya, cidade costeira ao norte de Tel Aviv. Há alguns anos, o fotógrafo Gideon Markowicz, do jornal israelense Israel Hayom, a conheceu durante a elaboração de um projeto sobre os sobreviventes do Holocausto.

"Ela participava das atividades do lar de idosos, foi campeã do [jogo de cartas] bridge, navegava na internet e acompanhava o mercado de ações", disse ele à AFP, na sexta-feira.

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