Descrição de chapéu Ásia

Parlamento do Paquistão escolhe Shehbaz Sharif como premiê após queda de Khan

Irmão de ex-primeiro-ministro do país, novo líder comandou oposição unida contra ex-estrela do críquete

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Islamabad | Reuters

O Parlamento do Paquistão escolheu nesta segunda (11) Shehbaz Sharif como novo premiê do país, após uma semana de crise que, no domingo, culminou com a derrota de Imran Khan num voto de desconfiança.

Shehbaz, 70, cuja reputação doméstica é a de ser um administrador eficaz, mais do que um político, é o irmão mais novo de Nawaz Sharif, que foi primeiro-ministro do Paquistão em três oportunidades.

O novo premiê do Paquistão, Shehbaz Sharif, durante entrevista coletiva em Islamabad
O novo premiê do Paquistão, Shehbaz Sharif, durante entrevista coletiva em Islamabad - Aamir Qureshi - 1º.abr.22/AFP

Analistas afirmam que Shehbaz, diferentemente de Nawaz, nutre relações amigáveis com as Forças Armadas do país. Tradicionalmente, os militares controlam as políticas de relações exteriores e, claro, de defesa, em uma nação com armas nucleares e uma população superior a 220 milhões de pessoas.

Em 2017, Nawaz foi impedido pela Suprema Corte de ocupar cargos públicos e, depois, deixou o país para tratamento médico após cumprir meses de uma pena de dez anos de prisão por denúncias de corrupção.

Shehbaz emergiu como o líder de uma oposição unida para retirar Khan, ex-estrela do críquete para quem os Estados Unidos estão por trás de sua queda, o que Washington nega. Minutos antes da votação que elegeu o novo premiê, legisladores do partido de Khan renunciaram em massa da Câmara Baixa do Parlamento em protesto à expectativa de formação de um novo governo por seus rivais políticos.

As saídas em massa exigirão novas eleições suplementares em mais de cem assentos.

"Estamos anunciando a nossa renúncia", disse em discurso na Assembleia Shah Mahmood Qureshi, ex-chanceler e vice-presidente do Movimento Paquistanês pela Justiça, partido do agora ex-primeiro-ministro. A legenda havia enviado documentos indicando Qureshi como seu candidato a premiê.

Khan, por sua vez, afirmou nesta segunda "não haver insulto maior" do que ter Shehbaz como novo líder do país. Nenhum primeiro-ministro eleito conseguiu completar o mandato desde a independência do Paquistão, em 1947, embora Khan tenha sido o primeiro a ser destituído por um voto de desconfiança.

Os militares, que comandaram o país por quase metade dos quase 75 anos de história do Paquistão, viam com bons olhos o ex-premiê e sua agenda conservadora quando ele chegou ao poder, em 2018.

Mas esse apoio diminuiu após um desentendimento sobre a nomeação do chefe da inteligência militar e problemas econômicos, que na semana passada levaram ao maior aumento da taxa de juros em décadas.

Assim, uma aliança de partidos apresentou o processo contra Khan em meados de março, dizendo que ele havia perdido a maioria parlamentar após mais de uma dúzia de deserções em seu partido, aumentando o risco de turbulência no país. A oposição também acusa ​Khan de má gestão da economia e da política externa —sua popularidade estava baixa depois de três anos seguidos de inflação de dois dígitos.

O ex-premiê, que manteve um tom desafiador depois de sua derrota no Parlamento, viu milhares de apoiadores em diversas cidades protestarem até a madrugada desta segunda-feira contra sua destituição.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.