Descrição de chapéu oriente médio

Novo confronto em Jerusalém tem 17 feridos e aumenta pressão sobre coalizão de premiê

Na sexta, ao menos 152 ficaram feridos em episódio na mesquita Al-Aqsa; partido Lista Árabe Unida revê participação na coalizão de Bennett

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Jerusalém | Reuters

A tropa de choque israelense enfrentou palestinos em becos da Cidade Velha de Jerusalém neste domingo (17) devido a conflitos em torno do complexo de Al-Aqsa, local sagrado para muçulmanos e judeus. Ao menos 18 palestinos foram presos, alguns deles por apedrejar dois ônibus, segundo a polícia.

Outros 17 ficaram feridos, 5 deles atingidos por balas de borracha disparadas pelas forças de segurança israelenses, de acordo com o grupo Crescente Vermelho Palestino.

Na sexta, outro conflito havia deixado 152 palestinos feridos na mesquita Al-Aqsa. A situação se dá em meio a um contexto de tensão, depois de ataques perpetrados por palestinos e cidadãos de origem árabe nas ruas de Israel nas últimas semanas e, na sequência, de ações militares israelenses na Cisjordânia, que também deixaram mortos.

Homens fardados e com capacetes patrulham a Cidade Antiga de Jerusalém
Patrulha israelense na Cidade Antiga de Jerusalém, enquanto palestinos esperam permissão para entrar no complexo de Al-Aqsa - Ahmad Gharabli/AFP

Os confrontos levaram o partido Lista Árabe Unida a rever seu papel na coalizão governista do premiê israelense, Naftali Bennett. O partido afirmou neste domingo que suspenderia sua participação no governo devido à reação das forças de Israel em Al-Aqsa e que considera renunciar oficialmente se não houver uma mudança de postura.

A aliança em torno do primeiro-ministro controla 60 dos 120 assentos no parlamento, incluindo 4 da Lista Árabe Unida, o primeiro ligado a esse grupo da população a integrar um governo em Israel. A coalizão de oito partidos que elegeu o ultradireitista Bennett há pouco menos de um ano já enfrentava uma crise desde o começo de abril, quando perdeu a maioria que possuía no Knesset, o Parlamento.

Isso aconteceu depois de a parlamentar Idit Silman, líder da aliança e membro do Yamina, partido de Bennett, abandoná-la. Sem ela, a aliança ficou com as 60 cadeiras, uma a menos que o necessário para a maioria. A situação de agora aumenta ainda mais a pressão sobre a governabilidade da frente, que reúne siglas de direita e de esquerda.

A violência no complexo de Al-Aqsa neste domingo começou depois que a polícia, buscando impedir o contato entre grupos religiosos distintos, confinou muçulmanos que já haviam entrado em áreas restritas dentro do complexo.

Palestinos já haviam se reunido perto da entrada usada por não muçulmanos, bloqueando parte da rota que normalmente é usada pelos judeus para visitar o local de um antigo templo judaico. A polícia então escoltou este grupo. Turistas e jornalistas também foram autorizados a entrar, mas restritos a uma área mais limitada, segundo o jornal The New York Times.

A publicação informou que as forças de segurança bloquearam o fluxo de muçulmanos, o que foi negado pelo governo israelense. Mais tarde, os confrontos eclodiram nas ruas laterais ao redor do complexo da mesquita, e agentes usaram cassetetes para conter palestinos.

Em outro episódio neste domingo, a polícia israelense disse que vários passageiros em dois ônibus ficaram levemente feridos quando palestinos arremessaram pedras e quebraram janelas dos veículos.

As tensões, que costumam ser altas no complexo da Cidade Velha de Jerusalém, sagrado tanto para o islamismo quanto para o judaísmo, estão mais elevadas neste ano devido a uma sobreposição de celebrações —o Ramadã para muçulmanos, o Pessach para judeus e a Páscoa para cristãos.

Os muçulmanos consideram a atitude de alguns ativistas judeus de orar no local uma provocação, porque viola uma política israelense de permitir que judeus visitem, mas não rezem ali.

Os episódios de violência no complexo de Al-Aqsa tiveram início na sexta (15) e deixaram ao menos 152 palestinos feridos em confronto com a polícia.

Terceiro lugar mais sagrado para o islamismo, Al-Aqsa é localizada na Esplanada das Mesquitas e é conhecida pelos muçulmanos como Al-Haram al-Sharif, ou seja, O Nobre Santuário, e pelos judeus como Monte do Templo. A Cidade Velha, em Jerusalém Oriental, foi capturada por Israel na guerra de 1967 e é visada pelos palestinos como sendo sua capital em um futuro Estado.

Em 2021, houve confrontos noturnos entre palestinos e policiais israelenses durante o mês de jejum islâmico, e as ameaças de retirada de palestinos de Jerusalém Oriental e as ações policiais em Al-Aqsa ajudaram a desencadear uma guerra de 11 dias que matou mais de 250 pessoas em Gaza e 13 em Israel.

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