Em um julgamento nos EUA, uma escritora de 71 anos, autora de um ensaio chamado "Como Matar seu Marido", foi considerada culpada nesta quarta-feira (25) por matar o próprio marido.

O júri deliberou o veredicto durante oito horas e concluiu que Nancy Crampton Brophy atirou e matou seu companheiro, Daniel Brophy. A sentença ainda não foi anunciada —há a possibilidade de prisão perpétua.

Daniel tinha 63 anos e levou dois tiros no peito em junho de 2018, em um instituto de culinária no qual ele trabalhava. Seus alunos o encontraram no chão de uma sala de aula. Autora de uma saga chamada "Wrong Never Felt So Right" (o errado nunca pareceu tão certo), Nancy Brophy nega a acusação. Ela foi presa em setembro do mesmo ano e permanece sob custódia desde então.

Os promotores afirmam que ela cometeu o assassinato para ficar com centenas de milhares de dólares que lhe correspondiam pelos vários seguros de vida de seu marido. Gravada por câmeras de segurança na cena do crime, ela afirma que visitava locais em busca de inspiração para seus próximos trabalhos.

Também diz que comprou pela internet uma arma —que a polícia afirma ter sido usada para o crime— como parte de uma investigação para um romance. Os advogados dela disseram que vão recorrer da decisão do julgamento realizado em Portland, no estado de Oregon, de acordo com o jornal The Oregonian.

A acusação afirmou que a escritora enfrentava dificuldades financeiras e corria o risco de perder a casa em que vivia. Por isso, o promotor Shawn Overstreet diz que ela planejou o assassinato do marido. "Não foi apenas por dinheiro. Foi sobre o estilo de vida que Nancy queria e que Dan não podia dar a ela."

Diante do júri, Nancy declarou que seus problemas financeiros tinham sido resolvidos havia muito tempo. "Estava melhor financeiramente com Dan vivo do que com Dan morto", disse. "Se perguntassem qual é a motivação, um editor riria e diria 'você precisa trabalhar mais na história, tem um grande buraco nela'."

O ensaio "Como Matar seu Marido", publicado em um blog, aborda métodos e motivos para se livrar de um parceiro indesejado, entre os quais o uso de uma arma de fogo, embora a autora observe que esses armamentos são "barulhentos, sujos e exigem alguma habilidade". "Mas o que sei sobre assassinato é que cada um de nós o carrega dentro de si quando pressionado com força suficiente", dizia o texto.