'Bíblia dos pecadores' que incentiva adultério é encontrada na Nova Zelândia

Exemplar raro do século 17 tem erro de impressão que ficou famoso

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São Paulo

Uma universidade da Nova Zelândia anunciou ter encontrado um raríssimo exemplar da Bíblia que ficou famoso por conter um dos erros mais graves da história editorial.

Lançada na Inglaterra em 1631, a "Bíblia perversa", ou "Bíblia dos pecadores", como ficou conhecida, omitiu a palavra "não" de um dos Dez Mandamentos, que acabou saindo como "cometerás adultério".​

O trecho da 'Bíblia perversa' em que está escrito 'thou shalt commit adultery' (cometerás adultério)
O trecho da 'Bíblia perversa' em que está escrito 'thou shalt commit adultery' (cometerás adultério) - Sarah Askey/Universidade de Canterbury

Responsável pela edição, Robert Barker, impressor do rei inglês Charles 1º, foi multado e perdeu sua licença profissional. "Por que ele omitiu o importantíssimo ‘não’ permanece uma questão de debate. Foi uma piada? Foi sabotagem de um rival? O que é certo é que Barker foi multado em uma quantia astronômica, e poucas cópias de sua chamada 'Bíblia Perversa' sobreviveram", diz um texto da Universidade de Canterbury, na cidade neozelandesa de Christchurch, responsável pela descoberta do livro.

Segundo o jornal britânico The Guardian, foram impressas mil cópias da Bíblia com o erro, descoberto apenas um ano depois, e quase todas foram destruídas –cerca de 20 continuaram em circulação.

Os outros exemplares conhecidos foram encontrados todos no hemisfério Norte, especialmente no Reino Unido. Em 2015, uma cópia dessa edição foi a leilão na Inglaterra por dezenas de milhares de libras.

Especialista em conservação de papéis e livros, a historiadora neozelandesa Sarah Askey foi responsável pela restauração da "Bíblia perversa" de Christchurch, que também foi digitalizada. Nesta quarta-feira (4), Askey e outros colegas da universidade de Canterbury falarão sobre a história do exemplar.

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