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Ingrid Betancourt desiste de disputar Presidência da Colômbia a 1 semana do pleito

Ex-senadora, que foi refém das Farc e concorria como independente, declara apoio a atual 3º colocado; primeiro turno é no próximo domingo

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Barranquilla | AFP

A ex-congressista colombiana Ingrid Betancourt retirou nesta sexta-feira (20) sua candidatura à Presidência para se unir à campanha do empresário Rodolfo Hernández, atual terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto.

"Tomei a decisão de apoiar o único candidato que pode derrotar o sistema. Vamos nos afastar para apoiar Rodolfo", disse Betancourt, 60, em entrevista coletiva ao lado do nome visto como outsider na corrida, de 77 anos. A votação do primeiro turno está marcada para o próximo domingo (29).

Ingrid Betancourt participa de entrevista coletiva ao lado do candidato independente Rodolfo Hernandez, em Barranquilla - Jeison Gutierrez - 20.mai.22/AFP

Sequestrada por guerrilheiros das Farc (antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) entre 2002 e 2008, quando foi resgatada em uma operação militar, Betancourt tinha apenas 0,8% das intenções de voto. Vinte anos após a sua primeira tentativa de governar o país, frustrada pelo sequestro, ela havia voltado aos palanques em janeiro, como uma alternativa da coalizão Centro Esperanza.

Em menos de três meses, porém, a política desencadeou uma disputa interna na aliança, abandonou o partido com críticas a um de seus líderes —o ex-ministro Alejandro Gaviria— e decidiu concorrer por conta própria, até que agora se retirou novamente da disputa.

Betancourt divide simpatias na Colômbia. Sua história de resiliência ao suportar o cativeiro é admirada, mas há quem veja com maus olhos o fato de ela, que pertence a uma das famílias mais ricas do país, ter pedido para ser colocada na frente da fila dos que receberiam indenizações do Estado em razão dos sequestros da guerrilha hoje transformada em partido político.

Em entrevista à Folha há dois meses, Betancourt afirmou que o acordo firmado entre o governo colombiano e as Farc em 2016 é só o começo de um trabalho que precisa ser feito. "O acordo estabelece um caminho, mas ele precisa ser percorrido —e sem vontade política isso não ocorre", disse.

A pesquisa mais recente na Colômbia, divulgada pelo instituto Invamer na noite desta quinta (19), mostra o esquerdista Gustavo Petro liderando a disputa, com 40,6% dos votos. Em seguida aparecem Federico "Fico" Gutiérrez (27,1%), da direita, e Hernández (20,9%), ex-prefeito de Bucaramanga. Aparecem atrás os centristas Sergio Fajardo, Alejandro Gaviria e Juan Manuel Galán.

Caso nenhum dos candidatos obtenha o apoio de mais de 50% dos eleitores no próximo domingo, os dois mais votados se enfrentarão no segundo turno, em 19 de junho. De acordo com o Invamer, Petro leva vantagem sobre Gutiérrez (52,7% contra 44,2%) e sobre Hernández (50% a 47,4%). A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

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