O Ministério das Relações Exteriores da China criticou nesta terça (10) os EUA por alterarem um texto no site do Departamento de Estado sobre as relações com Taiwan, referindo-se ao episódio como uma "manipulação política".
O órgão do governo americano removeu um trecho em que mencionava não apoiar a independência de Taiwan e reconhecer a posição da China sobre a ilha ser parte do país. Taipé é considerada por Pequim um território chinês inviolável.
A mudança na redação do site parece ter sido feita em 5 de maio, data no topo da ficha técnica, mas só foi noticiada pelos meios de comunicação chineses e taiwaneses nesta terça-feira.
Apesar de Washington ter dito que a atualização não reflete uma mudança na política americana, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que o ocorrido foi "um ato mesquinho para ficcionalizar e esvaziar o princípio de uma só China".
"Esse tipo de manipulação política é uma tentativa de mudar o status quo no estreito de Taiwan e inevitavelmente vai acender uma chama que só vai chamuscar os Estados Unidos", disse.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, por sua vez, afirmou que, embora algumas palavras possam ter mudado, "a política subjacente não mudou". "Nós atualizamos regularmente nossas fichas técnicas. Nossas fichas informativas refletem, no caso de Taiwan, nosso sólido relacionamento não oficial com Taiwan, e pedimos à RPC [República Popular da China] que se comporte com responsabilidade e não fabrique pretextos para aumentar a pressão sobre Taiwan", disse ele, em entrevista coletiva.
O Departamento de Estado também acrescentou um trecho sobre uma série de garantias de segurança dadas na era Reagan a Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan afirmou que continuará fortalecendo suas capacidades de autodefesa e cooperando com os Estados Unidos e outros países com ideias afins para promover a paz, a estabilidade e a prosperidade no estreito e na região do Indo-Pacífico.
A China diz que Taiwan é a questão mais sensível e importante em suas relações com os EUA.
O governo de Taiwan rejeita as reivindicações de soberania de Pequim, dizendo que apenas os 23 milhões de habitantes da ilha podem decidir seu futuro.
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