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Coreia do Norte dispara 3 mísseis dias após posse de novo presidente sul-coreano

Lançamento foi o 16º teste do tipo realizado por Pyongyang neste ano; Seul diz que conduta do vizinho é dúbia

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Seul | Reuters

A Coreia do Norte disparou três mísseis balísticos de curto alcance em direção ao mar ao largo da costa leste do país nesta quinta (12), informaram o Exército da Coreia do Sul e o Ministério da Defesa do Japão, que condenaram a ação, descrevendo-a como uma ameaça à paz e à segurança internacionais.

Os lançamentos foram os primeiros desde a posse, na terça (10), do novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, eleito em março com uma plataforma conservadora. O recém-empossado já indicou que deve haver mudanças na política externa com os vizinhos, prometendo ser mais agressivo com Pyongyang.

TV em Seul exibe lançamento de míssil da Coreia do Norte
TV em Seul exibe lançamento de míssil da Coreia do Norte - Anthony Wallace/AFP

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que os três mísseis de curto alcance foram disparados de Sunan, área na qual está localizado um aeroporto internacional e onde o regime norte-coreano disse ter realizado seu maior teste com um míssil intercontinental com capacidade nuclear, em meados de março. Os mísseis voaram aproximadamente 360 km, atingindo altitude de 90 km.

Os lançamentos desta quinta também ocorrem pouco após Pyongyang confirmar, de maneira oficial, os primeiros casos de Covid no país desde o começo da pandemia. A ditadura já fala em um quadro de "grave emergência nacional" e insta a população a fazer isolamento.

O gabinete de Yoon emitiu um comunicado condenando o disparo —o 16º teste de armas público da Coreia do Norte somente neste ano— e afirmando que o regime apresenta uma conduta dúbia ao disparar mísseis balísticos ao mesmo tempo que o povo norte-coreano enfrenta um surto de coronavírus.

No teste anterior que havia feito, no sábado (7), Pyongyang usou um míssil balístico lançado por submarino. O ditador Kim Jong-un prometeu, em abril, acelerar a construção do arsenal nuclear do país.

O primeiro surto de Covid no país asiático foi relatado oficialmente após autoridades de saúde realizarem testes, no domingo (8), em pessoas de uma organização não identificada da capital que apresentaram sintomas como febre. A estatal KCNA informou que as infecções são pela subvariante BA.2 da cepa ômicron do coronavírus.

Em reunião do alto escalão do Partido dos Trabalhadores para tratar do assunto, Kim pediu a todas as cidades e condados do país que bloqueiem suas áreas para ajudar a impedir a disseminação do vírus.

Ainda de acordo com a agência de notícias norte-coreana, ele pediu unidade nacional durante o período de emergência, dizendo à população que "o medo sem base científica, a falta de fé e a falta de vontade" constituiriam "inimigos mais perigosos" do que o vírus.

Analistas questionam se o surto de Covid afetará o plano de Kim de reiniciar os testes nucleares.

Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha Womans, em Seul, disse ao jornal The New York Times que a população norte-coreana pode estar menos interessada em testes nucleares ou lançamentos de mísseis quando o vírus parece ser uma ameaça, mas acrescentou que o regime provavelmente tentará elevar o moral das pessoas após o surto por meio desses exercícios.

Autoridades dos EUA e da Coreia do Sul disseram que o primeiro teste nuclear de Pyongyang desde 2017 pode ocorrer ainda neste mês. Em um comunicado, militares americanos afirmaram que estavam consultando de perto seus aliados sobre o lançamento desta quinta.

Com The New York Times

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