Descrição de chapéu Coronavírus União Europeia

Europa deixará de exigir máscaras em aviões e aeroportos

Medida da União Europeia passa a valer no dia 16; nos EUA, juíza já havia derrubado obrigatoriedade em aviões em abril

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Berlim | AFP

A União Europeia deixará de exigir o uso de máscaras em aviões e aeroportos, informou nesta quarta (11) a agência que regula o transporte aéreo no bloco. A suspensão começa a valer na próxima segunda (16).

Patrick Ky, diretor-executivo da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA), disse em comunicado que a medida é "um grande passo para a normalização do transporte aéreo" no continente.

Países como Itália, França e Bulgária, que integram a UE, já vinham promovendo flexibilizações de regras sanitárias nesse sentido, derrubando a obrigatoriedade do uso de máscaras no transporte público.

Ky salientou, no entanto, que o item continua a ser uma das melhores formas de proteção contra a transmissão do coronavírus, sobretudo para pessoas vulneráveis. "Um passageiro que e stiver tossindo ou espirrando deve considerar usar uma máscara para tranquilizar os que estão sentados nas proximidades."

Passageira com máscara em aeroporto em El Prat de Llobregat, próximo a Barcelona, na Espanha
Passageira com máscara em aeroporto em El Prat de Llobregat, próximo a Barcelona, na Espanha - Josep Lago - 6.jul.20/AFP

A AESA disse que as regras sobre o tema "continuarão a evoluir após a data, a depender das companhias aéreas", e que as empresas do setor devem adotar uma estratégia definida pelo órgão como pragmática.

Como exemplo, o uso de máscara será recomendado para voos com origem ou destino em lugares que exigem seu uso no transporte público. "Os passageiros devem se comportar com responsabilidade e respeitar as decisões daqueles que os rodeiam", afirma o comunicado. A IATA, principal associação de companhias aéreas do mundo, celebrou o novo protocolo da UE, afirmando que ele dá aos viajantes "a liberdade de escolher se levam ou não uma máscara", indicou Willie Walsh, seu diretor-geral.

"[Os passageiros] podem viajar tranquilos sabendo que muitas das características da cabine do avião, como a alta frequência com que o ar é trocado e os filtros de alta eficiência, fazem desse um dos lugares mais seguros [em relação à contaminação pelo coronavírus]", afirmou.

O órgão também pediu aos viajantes que sejam respeitosos com a decisão de outras pessoas que prefiram continuar a usar as proteções voluntariamente —ainda que as cifras estejam mais controladas no continente, países como França e Alemanha mantêm altos índices de transmissão da Covid.

Analistas avaliam que a flexibilização pode ajudar o setor de turismo, um dos mais impactados pelas restrições impostas, a retomar certa normalidade na Europa. Às vésperas do verão no Hemisfério Norte, o órgão de supervisão de tráfego aéreo europeu espera que o volume volte a um nível equivalente a 95% da atividade de 2019 —apesar dos efeitos da Guerra da Ucrânia, dos preços do petróleo e da inflação.

A IATA admitiu, entretanto, que no contexto internacional o quadro é mais complexo. "Embora o protocolo europeu entre em vigor na próxima semana, não há uma estratégia global consistente em relação ao uso de máscaras a bordo de aeronaves", ressaltou Walsh.

Nos EUA, juíza suspendeu máscaras em voos

Nos EUA, o fim da obrigatoriedade da utilização dos itens de proteção em voos e em outros meios de transporte por uma decisão judicial gerou um intenso debate no mês passado.

Em 18 de abril, uma juíza federal anulou a decisão do governo de continuar exigindo o uso das máscaras no transporte público, inclusive aéreo, levando a Administração de Segurança dos Transportes (TSA, na sigla em inglês) a suspender a exigência. A magistrada argumentou que as autoridades de saúde estavam excedendo suas atribuições ao tornarem o acessório obrigatório.

Na mesma noite, as principais companhias aéreas —que exigiam as máscaras, em sua maioria, desde o início de 2020— mudaram suas regras, e a empresa ferroviária Amtrak seguiu o exemplo. O Departamento de Justiça afirmou que recorreria da decisão. O prazo para fazer a apelação expira em 31 de maio.

Na última semana, o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), ligado ao governo, recomendou que viajantes continuem a usar máscaras em aviões, trens e aeroportos​. Viajantes ouvidos pela Reuters, porém, disseram empiricamente que 10% ou menos dos passageiros estavam com o item em seus voos.

Ao longo da pandemia, a obrigatoriedade da máscara tem sido uma questão especialmente controversa nos aviões, com funcionários das companhias aéreas tendo enfrentado a relutância de muitas pessoas, algumas respondendo até com truculência. A agência responsável pela segurança do transporte aéreo nos EUA, a FAA, registrou 744 incidentes relacionados ao uso de máscaras desde o início do ano.

"Há um suspiro de alívio absoluto de nossas equipes, mas há quem esteja realmente preocupado", disse a presidente da associação de tripulantes de voo CWA, Sara Nelson, na época da decisão judicial. Ela disse que o sindicato não se posicionaria sobre o assunto, já que seus membros estavam divididos.

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