Descrição de chapéu União Europeia

Macron toma posse com promessas de renovação e discurso ambientalista

Líder da França, reeleito após derrotar ultradireita nas urnas, falou sobre necessidade de país mais independente

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Paris | AFP e Reuters

O recém-reeleito presidente da França, o centrista Emmanuel Macron, tomou posse de seu segundo mandato, que começa formalmente em 14 de maio, durante cerimônia no Palácio do Eliseu, na capital Paris, na manhã deste sábado (7).

O líder francês, que derrotou a ultradireita nas urnas e agora vê-se desafiado pela esquerda no Legislativo, destacou em seu discurso promessas de "um novo método" de governar e de um "planeta mais habitável" para as futuras gerações, em aceno à emergência climática, um dos temas alçados como bandeira em seu primeiro governo.

O presidente da França, Emmanuel Macron, com as tropas nos jardins do Palácio do Eliseu, em Paris, após cerimônia de posse - Gonzalo Fuentes/Pool - 7.mar.22/AFP

Ao todo, o pronunciamento durou 10 minutos. Macron listou aqueles que foram alguns dos principais desafios de sua gestão: o regresso de uma guerra que ameaça a Europa, a pandemia de coronavírus e a mudança climática.

Também enumerou questões com impacto mais perceptível na vida dos cidadãos franceses: o combate às desigualdades, a garantia de mais ofertas de empregos e as melhorias do sistema de saúde.

O primeiro líder francês reeleito em 20 anos realçou ainda o compromisso de trabalhar por uma França mais independente. "Agir incansavelmente com o objetivo de viver melhor e construir respostas francesas e europeias aos desafios do nosso século", afirmou Macron, que busca assumir protagonismo nas tratativas diplomáticas da Guerra da Ucrânia desde antes do início do conflito, em 24 de fevereiro.

Em referências —algumas indiretas— à guerra no Leste Europeu, o líder falou sobre a "gravidade dos tempos" e disse que é justamente em meio a esse cenário que a França revela o melhor de si: "É quando sopra o vento da tragédia que encontramos a força para nos elevarmos além de nós mesmos para escrever a história com tinta universal", afirmou.

Sobre a crise climática, Macron disse que o objetivo é legar um outro planeta, mais habitável, às crianças e aos jovens. "Estamos no momento em que o século está mudando e quando, na grande desordem planetária, temos juntos que traçar um outro caminho."

Cerca de 450 convidados acompanharam a cerimônia de posse do líder centrista, durante a qual o presidente do Conselho Constitucional francês, Laurent Fabius, proclamou sua vitória no segundo turno, realizado em 24 de abril, em que obteve 58,55% dos votos contra a candidata da ultradireita Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional.

Estiveram presentes antecessores de Macron, como o republicano Nicolas Sarkozy (2007-2012) —que declarou apoio a Macron no segundo turno, gerando cogitações sobre uma possível aproximação partidária entre os dois— e o socialista François Hollande (2012-2017), de quem Macron foi secretário-geral adjunto da Presidência e ministro da Economia até o ano de 2016.

​Hollande, que também apoiou o centrista no segundo turno, disse a repórteres, em entrevista após a cerimônia de posse, que Macron não podia se dar o luxo de reproduzir os "métodos de ontem".

"O que notamos nesta eleição foi que há mais cidadãos [que votaram] por rejeição, e não por esperança", afirmou, em relação ao voto útil depositado nas urnas por parcela da população que podia não ser tão favorável ao presidente, mas também rechaçava a ideia de ter Le Pen como nova presidente da França.

Após cumprimentar os convidados, entre os quais também estavam profissionais de saúde, autoridades locais, dirigentes de associações e atletas, o líder francês foi ao pátio do Palácio do Eliseu acompanhar a Marselhesa, o hino nacional da França. Como manda a tradição, 21 tiros de canhão foram disparados da Esplanada dos Inválidos.

Ainda há pouca clareza sobre a formação do governo. O Palácio do Eliseu afirmou, em nota, que o presidente não ofereceu o cargo de primeiro-ministro a ninguém. O atual premiê, Jean Castex, permanece no cargo por enquanto.

Macron participará neste domingo (8) das cerimônias que marcam o aniversário da vitória dos Aliados sobre o regime nazista da Alemanha em 1945. Ele deve fazer um discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na segunda-feira (9), antes de viajar a Berlim, onde se encontrará com o premiê da Alemanha, Olaf Scholz, em sua primeira viagem ao exterior desde a reeleição.

Erramos: o texto foi alterado

O segundo mandato do presidente Emmanuel Macron começa oficialmente no próximo sábado (14), diferentemente do que afirmava versão anterior da reportagem.

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