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Musk afirma preferir político 'menos polarizador' que Trump para eleição nos EUA

Bilionário que recentemente indicou compra do Twitter defendeu restaurar conta de ex-presidente banido da plataforma

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Washington | Reuters

Dois dias depois de dizer que reverteria a medida que baniu o ex-presidente americano Donald Trump do Twitter, o empresário Elon Musk buscou deixar claro que pode não ser um apoiador do republicano caso ele decida se candidatar novamente ao Executivo em 2024.

A fala do bilionário, que no mês passado indicou a compra a plataforma por US$ 44 bilhões (R$ 225 bilhões, na cotação atual), se deu, sem surpresas, em posts no Twitter publicados na noite desta quinta (12). Nas mensagens, ele confirmou que defende a volta do político à rede social.

"Mesmo que eu ache que um candidato menos polarizador seja melhor em 2024, ainda acredito que Trump deve ter sua conta no Twitter restaurada", escreveu Musk. Em seguida, dedicou uma mensagem para criticar o homem que derrotou o republicano nas urnas dois anos atrás. "O erro de [Joe] Biden é que ele pensa que foi eleito para transformar o país, quando na verdade todo mundo só queria menos drama."

Elon Musk no tapete vermelho do Met Gala, em Nova York - Andrew Kelly - 2.mai.22/Reuters

Na terça (10), o homem mais rico do mundo afirmou em evento do jornal Financial Times que considera um erro a medida que baniu o ex-presidente da plataforma, adotada em decorrência dos comentários feitos sobre a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021. "Uma decisão moralmente ruim e tola ao extremo. Isso alienou grande parte do país e, em última análise, não resultou em Donald Trump não ter voz."

Comentando a declaração, a Casa Branca disse que cabe ao Twitter decidir se o republicano deve ter ou não a conta banida e ressaltou ser importante que as redes sociais protejam a liberdade de expressão sem se tornar fóruns de desinformação.

No mesmo dia em que a oferta bilionária de Musk foi aceita pela plataforma, Trump chegou a dizer que não tinha interesse em restaurar seu perfil. Em entrevista à Fox News, o político afirmou que iria integrar formalmente a própria rede social, a Truth Social. "Não vou para o Twitter, vou ficar no Truth. Mas espero que Elon compre o Twitter porque ele vai fazer melhorias e é um bom homem."

O bilionário se define como um defensor da liberdade da expressão, e, por isso, ainda que ele não tenha esclarecido seus planos de forma objetiva para a rede social, especula-se que possa cortar camadas de moderação impostas pela plataforma nos últimos anos —em especial para coibir a disseminação de desinformação e discurso de ódio.

Musk já assumiu que foi eleitor de Barack Obama, mas neste ano disse que o Partido Democrata "está tomado por extremistas". Em 2020, chegou a apoiar a pré-candidatura à Presidência de Andrew Yang —que desistiria antes de os democratas indicarem Biden— e depois não declarou o voto publicamente. ​

O Twitter baniu permanentemente a conta de Trump no início de 2021, poucos dias após uma multidão insuflada por ele invadir o Capitólio dos EUA durante a chancela da vitória de Joe Biden.

À época, a empresa explicou que decidiu suspender o perfil de 88 milhões de seguidores depois de "uma análise detalhada das mensagens recentes da conta [de Trump] e do contexto em torno delas".

O Twitter Safety, que cuida da segurança da plataforma, justificou o banimento dizendo que a estrutura da rede social existe para permitir que usuários ouçam líderes mundiais diretamente, mas que "essas contas não estão acima das regras" da rede. "Elas não podem usar o Twitter para incitar a violência."

A suspensão fez parte de um movimento de diversas redes sociais, que também bloquearam, temporariamente ou não, as contas do ex-presidente. Com o ataque ao Capitólio, as empresas ficaram sob forte pressão devido ao papel na disseminação de notícias falsas e discursos de ódio.

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