Atirador que atacou igreja na Califórnia foi motivado por ódio a Taiwan

Polícia diz ter encontrado anotações do cidadão americano nascido na China que revelam obsessão com ilha considerada província rebelde por Pequim

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Sacramento e Novo México (EUA) | Reuters

Autoridades identificaram nesta segunda (16) David Chou, 68, como suspeito de ter cometido o ataque a tiros que matou uma pessoa e feriu outras cinco numa igreja na Califórnia. Segundo o xerife do condado de Orange, o homem é um cidadão americano nascido na China que diz odiar Taiwan, ilha considerada uma província rebelde por Pequim. Ele foi preso sob a acusação de homicídio e tentativa de homicídio.

A ação aconteceu no domingo em Laguna Woods, cidade de 18 mil habitantes a 80 km de Los Angeles, durante um almoço de uma congregação presbiteriana taiwanesa em que estavam presentes mais de 40 pessoas. O agressor foi detido pelos fiéis, que amarraram as pernas do atirador com um fio elétrico.

Agentes em frente à igreja presbiteriana onde ocorreu o ataque em Laguna Woods, na Califórnia
Agentes em frente à igreja presbiteriana onde ocorreu o ataque em Laguna Woods, na Califórnia - Xinhua

Os feridos são todos de ascendência asiática —quatro homens com idades entre 66 e 92 anos e uma mulher de 86 anos. Don Barnes, o xerife, disse que o ataque foi motivado pelo ódio do agressor a Taiwan e pelas tensões crescentes com a China. No carro de Chou, de acordo com os investigadores, havia anotações escritas em mandarim que indicam uma obsessão com Taiwan e ódio pelo povo da ilha.

Chou, que permanece sob custódia, teria agido sozinho, ainda segundo o xerife. Ele comprou duas armas usadas no ataque legalmente em Las Vegas, onde alugou um quarto em uma casa compartilhada.

"Esta é a expressão da parte mais feia que existe em nosso país hoje", disse Barnes em entrevista coletiva.

O atentado ocorreu um dia após outro ataque com arma de fogo, num supermercado de Buffalo, no estado de Nova York. Um homem branco de 18 anos abriu fogo num bairro de população majoritariamente negra e matou dez pessoas e feriu três, no que as autoridades descreveram como um ataque puramente racista.

Das 13 pessoas atingidas, 11 eram negras, e duas, brancas. O atirador, identificado no tribunal como Payton S. Gendron, declarou-se inocente da acusação de homicídio qualificado. Esse tipo de crime não permite o pagamento de fiança nem que o acusado aguarde o julgamento em liberdade. De acordo com a promotoria, o caso vai a júri, e novos desdobramentos legais devem ocorrer na quinta-feira (19).

De acordo com o prefeito de Buffalo, Byron Brown, o suspeito viajou por horas até a cidade. Ele vestia um colete à prova de balas, estava armado com um rifle de alta potência e aparentemente agiu sozinho, fazendo uma transmissão ao vivo do ataque por meio de uma câmera de vídeo afixada em seu capacete.

Ao chegar ao estacionamento do supermercado, saiu de seu carro e atirou em quatro pessoas, matando três, disse a polícia. Em seguida, entrou na loja —uma filial da rede Tops Friendly Markets– e continuou atirando. Trocou tiros com um segurança, a quem matou, e depois atingiu vários clientes. Gendron finalmente foi detido por policiais depois de colocar a arma no próprio pescoço e ameaçar se matar.​

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