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Coreia do Sul e EUA disparam 8 mísseis em resposta a lançamento similar de Pyongyang

Analistas afirmam que este foi o maior número de lançamentos realizados por regime norte-coreano ao mesmo tempo

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Seul | Reuters e AFP

Coreia do Sul e EUA dizem ter disparado oito mísseis superfície-superfície na costa leste do país asiático neste domingo (5), uma resposta a disparo semelhante de mísseis balísticos de curto alcance em direção ao mar feito pela Coreia do Norte horas antes.

Mencionando miliares sul-coreanos, a agência de notícias Yonhap disse que a ação foi uma demonstração da "capacidade e prontidão para realizar ataques de precisão". A manobra durou cerca de 10 minutos.

Mulher passa em frente a uma tela de TV em Seul, na Coreia do Sul, que mostra o lançamento de mísseis realizado pela vizinha Coreia do Norte - Anthony Wallace - 5.jun.22/AFP

O exercício norte-coreano, por sua vez, durou cerca de 30 minutos e foi realizado um dia após Seul e Washington promoverem manobras conjuntas conjuntas com porta-aviões americanos.

Acredita-se que o disparo represente o maior número de mísseis balísticos lançados por Pyongyang ao mesmo tempo, afirmou à agência Reuters o especialista Michael Duitsman, do Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação (CNS, a sigla em inglês).

Desde o início do ano, o regime liderado por Kim Jong-un realizou 18 testes de armas envolvendo dezenas de mísseis —mais testes do que a somatória dos realizados nos dois anos anteriores. Os lançamentos deste domingo foram feitos da região de Sunan, na capital, e de outros três locais, de acordo com informações dos militares sul-coreanos.

Seul convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional e disse que o presidente Yoon Suk-yeol, que assumiu o cargo no mês passado, reforçou publicamente o aumento da colaboração com Washington na área de defesa. O teste deste fim de semana é o terceiro desde que ele foi empossado, no último dia 10.

No sábado (4), numa parceria sul-coreana e americana, foram concluídos exercícios em grande escala de três dias com o porta-aviões Ronald Reagan, de 100 mil toneladas e movido a energia nuclear. A manobra foi a primeira conjunta entre os dois países desde que Yoon chegou ao cargo e a primeira com um porta-aviões desde 2017.

Em um comunicado, o Estado-Maior da Coreia do Sul disse que o exercício "cimentou a determinação de ambos os países de responder com severidade a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo em que demonstrou o compromisso dos EUA na região".

O presidente americano, Joe Biden, que realizou sua primeira viagem à Ásia como líder dos EUA no mês passado, disse durante uma entrevista coletiva com seu homólogo sul-coreano que Washington implantaria ativos estratégicos, se necessário, para deter a Coreia do Norte.

O Japão também reagiu ao lançamento. O ministro da Defesa, Nobuo Kishi, descreveu o exercício norte-coreano como uma frequência sem precedentes. "Podemos dizer que o grande número de lançamentos, de pelo menos três lugares em um curto período como este, é incomum", disse. "Este é um ato que não pode ser tolerado."

O Comando Indo-Pacífico dos EUA, voltado para a região situada entre a costa do oceano Pacífico e a do Índico, afirmou em comunicado que os múltiplos lançamentos reforçam o "esforço desestabilizador do programa de armas ilícitas da Coreia do Norte", mas que o evento não representa uma ameaça imediata.

Os lançamentos deste domingo também ocorreram durante uma visita a Seul de Sung Kim, funcionário dos EUA e ex-secretário-adjunto de Estado para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico. Ele se encontrou com autoridades sul-coreanas e japonesas na sexta (3) para discutir a possibilidade de a Coreia do Norte realizar um teste nuclear.

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