O monstrinho Elmo, do seriado infantil Vila Sésamo, foi vacinado contra o coronavírus. O anúncio foi feito menos de duas semanas após a FDA, agência que regula medicamentos nos EUA, autorizar o uso de vacinas contra a Covid-19 em crianças que tenham de seis meses a cinco anos.
Elmo, que tem três anos e meio de idade desde 1984, disse em vídeo divulgado nas redes sociais que sentiu um "um pequeno beliscão [no momento da vacina], mas que estava tudo bem". Seu pai, Louie, afirmou que o fantoche estava "super-duper" (algo como super demais) enquanto tomava a injeção.
"Eu tinha muitas dúvidas sobre Elmo tomar a vacina. É seguro? É a decisão correta? Conversei com nosso pediatra para fazer a escolha certa", diz Louie. "Aprendi que a vacina é a melhor maneira para Elmo manter a si mesmo, nossos amigos, vizinhos e todos os outros saudáveis e curtindo as coisas que amam."
O clipe com os personagens do Vila Sésamo foi produzido em parceria com a Academia Americana de Pediatria e com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) para alertar sobre a importância da vacinação de crianças.
Os personagens têm participado de campanhas para conscientizar pais e crianças durante a pandemia e apareceram, nos últimos dois anos, em vídeos que reforçam a importância de lavar as mãos, de manter o distanciamento social e de usar máscara de proteção para evitar a propagação do coronavírus.
Nesta semana, porém, eles se tornaram alvo de críticas. O senador pelo Texas Ted Cruz, do Partido Republicano, compartilhou a publicação do Vila Sésamo e afirmou nas redes sociais que Elmo "defende agressivamente" as vacinas para crianças com menos de cinco anos, mas "sem apresentar evidências científicas". A publicação viralizou, e seguidores do senador dizem ter bloqueado o perfil do seriado.
Não é a primeira vez que Cruz critica um personagem do Vila Sésamo por aparecer numa campanha de conscientização. Em novembro, ele disse que um vídeo em que o pássaro amarelo Garibaldo anuncia ter sido vacinado contra o coronavírus fazia parte de "propaganda de governo para crianças".
À época, Garibaldo, que na história tem seis anos, também afirmou que, após a vacina, sentia-se mais protegido da Covid, o que causou revolta de negacionistas e provocou ataques nas redes sociais. Wendy Rogers, senadora pelo Arizona, escreveu que o personagem era comunista por incentivar a vacinação. A publicação foi feita após os EUA autorizarem o uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
A FDA afirma que os imunizantes são seguros e eficazes. A agência liberou neste mês os fármacos da Moderna e da Pfizer para crianças de seis meses a cinco anos com doses menores do que para adultos.
Até esta quarta, 1.017.467 pessoas haviam morrido por Covid nos EUA, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Trata-se do país com o maior número de óbitos registrados em razão do vírus no mundo.
Além dos EUA, ao menos oito países já vacinam crianças com menos de cinco anos contra a Covid.
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