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Jovens se mobilizam nos EUA após alunos se recusarem a assinar anuário de colega

Brody Ridder era alvo de bullying na escola e escreveu mensagem para si mesmo: 'Espero que você faça mais amigos'

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Brody Ridder, 12, um estudante americano da 7ª série que vive na cidade de Westminster, no Colorado, conseguiu despertar um movimento de empatia em sua escola e fazer os colegas refletirem sobre o bullying, do qual cerca de 22% dos estudantes de 12 a 18 anos do país são alvos durante o ano letivo, segundo dados do governo.

Brody encerrou mais um ano letivo ao lado de sua turma no mês passado, mas somente dois colegas e dois professores aceitaram assinar seu anuário. A quinta assinatura veio do próprio jovem, que escreveu para si mesmo: "Espero que você faça mais amigos".

O estudante Brody Ridder, 12, com seu anuário em mãos, durante entrevista a uma TV local - Reprodução/FOX31

"Eles me disseram não", disse Brody em conversa com o jornal americano The Washington Post sobre a resposta dos colegas de classe quando pediu que assinassem seu livro. "Isso me deixou triste."

A mãe do jovem, Cassandra, decidiu compartilhar o episódio em um grupo de pais no Facebook. A ideia era conscientizá-los sobre o que vinha acontecendo, para que mais crianças não fossem expostas ao bullying, ela relatou ao Post. "Tentamos ensinar gentileza na nossa família, e não ver isso dos estudantes foi horrível para mim."

Cassandra disse que o filho já vinha relatando inúmeros episódios de bullying nesta e na antiga escola em que estudou. Ela chegou a comunicar à direção do local, mas pouco mudou. Brody comentou sobre o assunto à TV local KDVR. "Eles me irritam a ponto de eu chorar no almoço e ter que sair mais cedo e isso está me dando nos nervos", disse ele, que também relatou episódios de agressão física.

Foi quando a família recebeu uma resposta que não esperava. Vários alunos mais velhos da mesma instituição ouviram, por meio de seus pais, o relato de Cassandra, e decidiram demonstrar apoio a Brody.

Alguns relataram também terem sido alvo de bullying quando mais novos. Outros, por sua vez, disseram estar ali simplesmente porque acharam errado o que aconteceu com o jovem.

A mensagem que o próprio Brody escreveu: 'Espero que você faça mais amigos' - Reprodução/FOX31

Joanna Cooper, 17, aluna do 2º ano do ensino médio, recebeu o relato por meio da mãe. E então comentou: "Vou chamar meus amigos e vamos assinar o seu anuário; nenhuma criança merece se sentir assim."

Ao Post ela disse que, na idade de Brody, também sentiu muita pressão para se encaixar no que os colegas esperavam dela e afirmou que as assinaturas no anuário não são apenas uma medida de popularidade, mas também e principalmente uma forma de saber que se tem amigos.

"Brody, sei que não nos conhecemos, mas também sei que você é o garoto mais legal. Sempre que precisar de algo, pode chamar os seus amigos mais velhos", escreveu Cooper.

Brody aponta sua foto no anuário da escola, ao lado de outros colegas de classe - Reprodução/FOX31

O movimento ganhou projeção e, em 25 de maio, um dia após a escola distribuir os anuários, dezenas de alunos mais velhos foram à sala de aula de Brody prontos para assinar o livro dele. "Isso me fez sentir melhor", relatou o menino, que também ficou tímido com a enxurrada de novos colegas que o procurou.

Pesquisa do Centro Nacional de Estatísticas de Educação dos EUA com alunos de 12 a 18 anos em 2019 mostrou que, dos 22% que afirmaram ter sido alvo de bullying, cerca de 14% disseram ter sido ridicularizados e insultados. Outros 6% disseram ter sido excluídos de atividades de propósito, e 5% relataram ter sido empurrados ou cuspidos. ​

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