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Justiça da Colômbia ordena que candidatos a presidente participem de debate

Gustavo Petro e Rodolfo Hernández devem programar encontro presencial até esta quinta

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Bogotá | AFP

A Justiça da Colômbia ordenou que os dois candidatos à Presidência, o esquerdista Gustavo Petro e o populista Rodolfo Hernández —que vem recusando encontros públicos com o adversário—, participem de um debate transmitido por rádio e televisão antes do segundo turno da eleição, marcado para o próximo domingo (19).

De acordo com a decisão divulgada nesta quarta-feira (15), o Tribunal Superior de Bogotá ordenou a ambos os candidatos que "solicitem e programem conjuntamente, até quinta-feira, 16 de junho de 2022, a realização de um debate presidencial no sistema de mídia pública".

O candidato à Presidência da Colômbia Gustavo Petro ergue placa com retrato de seu adversário no segundo turno, Rodolfo Hernández, durante evento feminista em Bogotá
O candidato à Presidência da Colômbia Gustavo Petro ergue placa com retrato de seu adversário no segundo turno, Rodolfo Hernández, durante evento feminista em Bogotá - Daniel Muñoz - 2.jun.22/AFP

O tribunal tomou a decisão após avaliar um recurso de um grupo de advogados que pede que Hernández concorde com um encontro com o senador e ex-guerrilheiro. Os debates são "um direito do candidato de expor suas ideias, mas ao mesmo tempo um dever com a população", afirmou o tribunal na decisão.

Após obter a segunda melhor votação no primeiro turno, em 29 de maio, Hernández, ex-prefeito de Bucaramanga, no norte do país, recusou-se a participar de debates, chamando-os de "polarizantes e odiosos". Como alternativa, expõe suas propostas nas redes sociais, tribuna central de sua campanha.

María Ángela Robledo, ligada à candidatura do esquerdista, liderou a ação judicial. "Hoje peço ao senhor Rodolfo Hernández que a cumpra, como um gesto democrático para os cidadãos", escreveu a ex-deputada no Twitter. Na mesma rede social, Petro disse estar pronto para cumprir a ordem. O rival não comentou até a conclusão deste texto.

Perto da votação do primeiro turno, o esquerdista também deixou de ir a alguns debates como, segundo ele, protesto por uma suposta fraude contra as forças que o apoiam nas eleições legislativas de março.

Agora, na reta final, os candidatos tentam conquistar votos dos que se abstiveram no primeiro turno (45% dos eleitores), além dos jovens e indecisos. As pesquisas registram um empate técnico dentro da margem de erro, com vantagem numérica para o populista. No próximo domingo, Petro, que teve 40,3% dos votos no último dia 29, enfrenta Hernández, que cresceu na reta final e ultrapassou nomes inicialmente mais bem cotados, sendo a opção de 28,2% do eleitorado na rodada inicial.

No último dia 9, Hernández cancelou suas atividades públicas dizendo que sua vida corria risco. Um porta-voz da polícia afirmou que não tinha informações sobre ameaças contra ele, mas que a corporação investigaria o caso. O ex-prefeito faz uma campanha calcada num discurso anticorrupção e forte presença nas redes sociais, com transmissões ao vivo pela internet.

Em maio, seu adversário também chegou a cancelar eventos públicos. Petro suspendeu agendas após denunciar uma suposta tentativa de homicídio, organizada pelo grupo La Cordillera —à época, teria encontros na região conhecida como Eixo Cafeeiro. Depois, o candidato recebeu reforço na segurança e chegou a fazer comícios protegido por estruturas à prova de balas.

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