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Polícia dos EUA prende homem armado que planejava matar juiz da Suprema Corte

Suspeito disse ao FBI que estava irritado com decisões do magistrado acerca de aborto e regulação de armas

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São Paulo

Um homem foi preso na madrugada desta quarta (8), próximo à residência do juiz Brett Kavanaugh, da Suprema Corte dos EUA, no estado de Maryland, após dizer a policiais que planejava matar o magistrado.

O suspeito foi identificado como Nicholas Roske, 26. De acordo com um relatório do FBI, a polícia federal americana, ele carregava uma arma, munição, um pé de cabra, spray de pimenta e outros itens que poderiam ser usados para invadir a casa do juiz na região metropolitana de Washington, capital do país.

O registro de seu depoimento aos agentes diz que o próprio Roske chamou a polícia. Ao atendente do serviço de emergência, o suspeito informou que pretendia matar Kavanaugh e depois cometer suicídio.

O juiz da Suprema Corte dos EUA, Brett Kavanaugh
O juiz da Suprema Corte dos EUA, Brett Kavanaugh - Jim Bourg - 27.set.18/Reuters

Segundo o FBI, Roske estava nervoso com o vazamento do rascunho, no começo de maio, que indicava que a Suprema Corte mudaria seu entendimento sobre o aborto, hoje garantido por decisão do tribunal.

O vazamento ensejou reações de grupos que defendem o aborto como direito constitucional, e houve protestos em frente à casa de Kavanaugh, indicado à corte pelo ex-presidente Donald Trump, em 2018.

O documento vazado pelo site Politico é um rascunho interno assinado pelo juiz conservador Samuel Alito. O texto de Alito diz ter "repúdio total e inflexível" a Roe vs. Wade, decisão que garantiu proteção constitucional ao aborto em 1973, e a outro julgamento, de 1992 (Planned Parenthood vs. Casey), que a ratificou. Kavanaugh, junto de outros três juízes conservadores, teria endossado essa posição.

Ainda de acordo com o FBI, o homem preso também expressou irritação com a recente onda de tiroteios em massa no país, como o ataque a uma escola do Texas que terminou com 19 crianças e 2 professoras mortas e o atentado em Buffalo, em Nova York, no qual dez pessoas negras foram mortas. Roske disse que temia que Kavanaugh votasse contra o endurecimento das regras para aquisição de armas.

O plano, segundo o depoimento ao FBI, era "pensar em como dar propósito à sua vida". Agora, responderá por tentativa de sequestro e de assassinato e deveria se apresentar à Justiça ainda nesta quarta.

O presidente dos EUA, Joe Biden, condenou o episódio. "Quaisquer ameaças de violência ou tentativas de intimidar os juízes não têm lugar em nossa sociedade", afirmou a Casa Branca, em comunicado. O secretário de Justiça, Merrick Garland, fez declaração semelhante. "Ameaças de violência e violência real contra os juízes atingem o coração de nossa democracia."

No mês passado, o Departamento de Justiça afirmou que estava aumentando a segurança dos juízes da Suprema Corte após o vazamento do rascunho do parecer. Garland também determinou o reforço de forças federais no policiamento do tribunal. O edifício da Suprema Corte foi cercado por uma grade alta, à qual um manifestante se acorrentou na última segunda-feira (6).

Com Reuters

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