Descrição de chapéu Governo Biden

Biden encontra palestino e busca amenizar críticas em relação a morte de jornalista

Presidente dos EUA esteve com Mahmoud Abbas na Cisjordânia e agora parte para Arábia Saudita, ponto crítico da viagem

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Belém | Reuters

O presidente dos EUA, Joe Biden, reuniu-se nesta sexta (15) com o presidente da Autoridade Nacional Palestina e tentou apaziguar as críticas a seu governo intensificadas após a morte da jornalista Shireen Abu Akleh em maio. Biden disse que insistirá em uma investigação completa e transparente do caso.

A insatisfação escalou após os EUA afirmarem, no início deste mês, que o tiro que matou a repórter palestino-americana Shireen, durante uma ação na Cisjordânia, provavelmente partiu das forças de Israel, mas que o ato não deveria ser visto como intencional.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, e Joe Biden, presidente dos EUA, durante encontro na cidade de Belém - Evelyn Hockstein - 15.jul.22/Reuters

Em protesto, colegas de Abu Akleh que participaram da entrevista coletiva com Biden e Mahmoud Abbas na cidade de Belém, na Cisjordânia, colocaram uma foto da jornalista em uma das cadeiras com a frase em árabe "Shireen Abu Akleh, a voz da Palestina".

Biden também ofertou um pacote de ajuda para os palestinos e defendeu a solução de dois Estados para o conflito com Israel. "Mesmo que o terreno não esteja maduro neste momento para reiniciar as negociações, os Estados Unidos e meu governo não vão desistir de tentar reaproximar os dois Estados", disse ele.

Abbas, por sua vez, afirmou que as chances de um acordo do tipo estão diminuindo e que a janela de oportunidade "pode ​​não permanecer aberta por muito tempo". "Não seria uma boa hora de esta ocupação acabar?", questionou. Ele voltou a acusar Israel de promover um regime de apartheid contra os palestinos.

O líder da Autoridade Palestina reiterou o pedido para que os EUA abram um consulado em Jerusalém Oriental, removam a Organização para a Libertação da Palestina da lista de organizações terroristas e permitam que o grupo abra um escritório em Washington.

Biden disse reconhecer que, após tentativas fracassadas de resolver o conflito, os palestinos vivem sob difíceis situações na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. "Podemos sentir a dor e a frustração", afirmou.

Na véspera, a Casa Branca anunciou um pacote de ajuda econômica que incluiria US$ 100 milhões para uma rede de hospitais palestinos e US$ 201 milhões para o programa de atenção a refugiados da ONU. Os valores, porém, precisam do aval do Congresso.

A medida compõe esforços do governo do democrata para restabelecer parte da ajuda que o ex-presidente Donald Trump encerrou, incluindo o apoio à rede hospitalar. Mohammad Alawawda, porta-voz do Ministério da Saúde da Autoridade Palestina, disse que os hospitais sofreram para tratar pacientes depois disso. "Retomar a ajuda americana revive os hospitais."

O encontro de Biden com autoridades palestinas vem um dia após reuniões com o premiê de Israel, Yair Lapid, quando as conversas focaram o estreitamento de acordos para a contenção das armas nucleares no Irã e a nova parceria com Índia e Emirados Árabes Unidos.

A resposta pública iraniana veio nesta sexta por meio da chancelaria do país no Twitter. A pasta disse que seguirá com os esforços para aliviar sanções, mas que "nunca recuará nos direitos inalienáveis da grande nação iraniana". "O teatro de fantoches da Casa Branca e o sionismo na região só nos dão mais determinação", escreveu.

Esta é a primeira viagem de Biden ao Oriente Médio como presidente. Agora, ele se dirige ao destino mais crítico: a Arábia Saudita, regime que chamou a chamar de "pária" durante a corrida para a Casa Branca.

Horas antes de embarcar, Biden comunicou que Riad havia concordado em permitir que aviões israelenses voem entre os dois países, num movimento em direção ao rompimento do isolamento diplomático de Tel Aviv no mundo árabe. Ele elogiou a decisão que, afirmou, ajudará a impulsionar a integração israelense.​

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