Irã realiza primeira execução pública em dois anos, diz ONG

Ativistas manifestam preocupação com crescente repressão no país, que atravessa crise econômica

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Paris | AFP

O Irã realizou neste sábado (23) a primeira execução pública em dois anos, de acordo com a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega. Iman Sabzikar, condenado pelo assassinato de um policial em fevereiro, foi enforcado na cidade de Shiraz, no sudoeste do país.

A execução aconteceu em meio a denúncias de crescente repressão contra manifestantes. "A retomada dessa punição brutal em público visa a assustar e a intimidar as pessoas a não protestarem", afirmou o diretor da IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam.

Bandeiras do Irã na capital do país, Teerã
Bandeiras do Irã na capital do país, Teerã - Atta Kenare - 4.jul.22/AFP

"Podemos aumentar o custo dessas práticas medievais se as pessoas protestarem mais contra a pena de morte, em particular execuções públicas, e a comunidade internacional tomar uma posição forte", acrescentou. A execução de Sabzikar foi confirmada pela mídia estatal e pela Suprema Corte iraniana.

Além dele, outros quatro homens também condenados a morte em razão do assassinato de policiais estão em risco, de acordo com a IHR. Segundo a ONG, a última execução pública havia acontecido em junho de 2020, mas o número de casos de pena de morte levados a cabo a portas fechadas duplicou no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Nas últimas semanas, ativistas manifestaram preocupação com a crescente repressão no país, que atravessa uma crise econômica. A aproximação da Rússia com a China provocou a redução das exportações de petróleo de Teerã para Pequim –importante fonte de renda para os iranianos desde que o ex-presidente dos EUA Donald Trump reimpôs sanções ao país em 2018.

Autoridades iranianas tentam retomar com os EUA o acordo nuclear de 2015. Um novo trato poderia suspender ao menos parte das punições internacionais e aliviar a pressão econômica sobre Teerã.

Também neste sábado, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que ainda é possível reviver o pacto. Ele manifestou frustração com a suspensão, desde março, dos diálogos para a retomada do trato.

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