Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Míssil atinge prédio residencial e deixa ao menos 21 mortos em Odessa, diz Ucrânia

Por meio de seu porta-voz, Rússia volta a afirmar que não mira alvos civis

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Serhivka (Ucrânia) | Reuters

Ao menos 21 pessoas, entre as quais um garoto de 12 anos, foram mortas na noite de quinta (30; manhã de sexta na Ucrânia), após um míssil atingir uma área residencial na região de Odessa, no sul do país.

Autoridades ucranianas acusaram a Rússia e afirmaram que o míssil foi disparado de uma "aeronave estratégica que sobrevoava o mar Negro". Os bombardeios atingiram um prédio residencial de nove andares e uma área de lazer em Bilhorod-Dnistrovski, cerca de 80 quilômetros ao sul da capital Odessa.

Prédio residencial destruído na região de Odessa
Prédio residencial destruído na região de Odessa - Iryna Nazarchuk - 1º.jul.2022/Reuters

"Os nove andares de uma seção [do edifício residencial atingido] foram destruídos. Equipes de resgate prestaram assistência médica a sete feridos, incluindo três crianças", disse o porta-voz da administração regional de Odessa, Serguei Bratchuk. Do total de vítimas, 16 morreram dentro do edifício, e cinco, na área de lazer. Os ataques deixaram ao menos 39 feridos. Paredes e janelas de um prédio vizinho, de 14 andares, também foram danificadas pela onda de choque, e acampamentos de férias nas proximidades, atingidos.

"Este é um ataque seletivo e deliberado da Rússia (...), um ato de terror russo contra nossas cidades e vilas, contra nossa população, adultos e crianças", disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski

Por meio de seu porta-voz, Dmitri Peskov, o Kremlin voltou a afirmar que as Forças Armadas russas não atacam civis. A Alemanha criticou o bombardeio. "O governo federal condena o ataque com foguete do exército russo a um edifício residencial e centro de recreação", disse o porta-voz do governo, Steffen Hebestreit. "O lado russo, que está falando sobre danos colaterais novamente, é desumano e cínico."

O Mar Negro foi palco de duras batalhas desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. Na quinta-feira, Moscou afirmou ter abandonado a ilha da Cobra, localidade desolada mas estratégica que conquistou no primeiro dia da guerra e em seguida usou para controlar o noroeste do Mar Negro, bloqueando Odessa e outros portos. A ilha ficou conhecida devido ao episódio no qual, pouco antes da captura, um grupo de 13 militares ucranianos disse por rádio a um dos navios inimigos para ir "se f...".

O Ministério de Defesa da Rússia chamou a retirada de um "gesto de boa vontade" e afirmou que Kiev agora pode organizar a exportação de mais de 20 milhões de toneladas de grãos represados em Odessa.

Segundo o exército ucraniano, porém, os russos atacaram a ilha nesta sexta com bombas de fósforo, armas cujo uso está internacionalmente proibido contra alvos civis, mas não militares. De acordo com os militares ucranianos, os bombardeios mostram que a Rússia "não respeita seus próprios compromissos".

Por vídeo, o líder ucraniano, Volodimir Zelenski saudou o que chamou de uma vitória estratégica. "Ainda não garante a segurança nem que o inimigo não voltará", disse. "Mas limita significativamente as ações dos ocupantes. Passo a passo vamos empurrá-los de volta do nosso mar, da nossa terra e do nosso céu."

O ataque ocorre quatro dias após uma ação russa atingir um shopping lotado na cidade de Krementchuk, matando ao menos 19 pessoas. Moscou disse que a ofensiva, na verdade, mirava um depósito de armas enviadas pelos EUA e que as explosões desencadearam o incêndio no centro comercial.

Ovação de pé para a bandeira da União Europeia

Em Kiev, parlamentares ucranianos aplaudiram de pé no momento em que a bandeira da União Europeia foi carregada pela Câmara para ficar ao lado do próprio lábaro da Ucrânia, um símbolo do status formal da candidatura ucraniana ao bloco, concedida na semana passada. Zelenski e os parlamentares também fizeram um minuto de silêncio pelos mortos nos ataques em Odessa.

A intensificação da campanha russa de ataques com mísseis de longo alcance contra cidades ucranianas ocorre num momento em que as forças do Kremlin apresentam performance bem-sucedida no leste do país ora invadido. Moscou está prestes a capturar a província de Lugansk, desde que tomou a cidade de Severodonetsk na semana passada, após alguns dos combates mais violentos ​​da guerra.

O último bastião da Ucrânia na província é a cidade de Lisichansk, que está perto de ser cercada pelo ataque da artilharia russa. "A superioridade no poder de fogo dos ocupantes ainda está muito em evidência", disse Zelenski. "Eles simplesmente trouxeram todas as suas reservas para nos atingir."

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