Premiês passam, a rainha fica: novo líder britânico deve ser 15º a conviver com Elizabeth

Gato Larry, felino oficial de Downing Street, também acompanha troca de governos no Reino Unido

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São Paulo

Em algumas semanas, Boris Johnson será levado até o Palácio de Buckingham para entregar à rainha Elizabeth 2ª, 96, a carta oficial de renúncia ao governo do Reino Unido. Depois, seguindo o rito, ela chamará à sua residência o novo premiê britânico —previamente escolhido pelo Partido Conservador, atualmente no poder— e o nomeará novo líder do país.

Esta deve ser a 15ª vez que Elizabeth, no trono desde 1952, dará a bênção a um novo chefe de governo. A mais longeva rainha do Reino Unido conviveu com líderes que hoje já estão nos livros de história, como Winston Churchill —premiê durante a Segunda Guerra— e Margaret Thatcher, primeira mulher a ocupar o cargo, responsável por diminuir o papel do Estado enquanto aumentava os mecanismos de mercado.

A rainha durante a comemoração de seus 70 anos como monarca - Jane Barlow - 30.jun.22/Pool/AFP

Até agora, Elizabeth acompanhou dez mandatos de líderes conservadores e quatro de trabalhistas. Sem interferir nos governos, claro, pois a rainha deve se manter politicamente neutra e agir de acordo com a vontade do partido no poder, como se protegida das turbulências, embora ciente do que se passa.

Segundo o site da monarquia britânica, ela "tem uma relação especial com o primeiro-ministro". Porque o líder é nomeado oficialmente por ela e porque ela se encontra regularmente com o chefe de governo. Em ligações e reuniões cara a cara, Elizabeth é consultada sobre os assuntos do dia e dá conselhos.

Quando um novo governo vai de fato começar, a rainha também é responsável por inaugurar o ano do Parlamento, lendo um discurso previamente escrito pelo governo para ela, sentada em um trono na Câmara dos Lordes, a sala com os interiores mais grandiosos de Westminster. Elizabeth só não cumpriu a tradição, estabelecida no final do século 14, em três momentos —1959 e 1963, quando estava grávida, e neste ano, ocasião na qual foi representada pelo príncipe Charles e pelo neto William.

Antes de renunciar, nesta quinta (7), Boris avisou a rainha, e, segundo relatos, ela foi informada por ele acerca do desenrolar das crises recentes, quando mais de 50 parlamentares do governo se demitiram.

Quem também sobrevive à porta giratória de governantes é o gato Larry, morador de Downing Street. Desde 2011, quando se mudou para a sede do governo britânico, o felino já ronronou para dois premiês e uma primeira-ministra, todos conservadores —David Cameron, Theresa May e Boris Johnson.

O gato Larry caminha em frente a 10 Downing Street, em Londres - Phil Noble - 7.jul.22/Reuters

Larry, 15, foi resgatado de um abrigo em Londres por suas habilidades com ratos, o que lhe rendeu o título oficial de "chief mouser", algo como caçador de ratos chefe. Como todo gato, Larry é independente, ou seja, permanece ali, mesmo com trocas de governo —seus donos são os funcionários, não os premiês.

Seu papel é mais do que ser a cara da fofura em momentos de histeria política. De acordo com o site do governo, "Larry passa os dias cumprimentando os hóspedes da casa, inspecionando as defesas de segurança e testando as qualidades de cochilo de móveis antigos".

Líderes do Reino Unido desde que a rainha assumiu, em 1952

  • Winston Churchill (1951-1955; antes, 1940-1945)
  • Anthony Eden (1955-1957)
  • Harold Macmillan (1957-1963)
  • Alec Douglas-Home (1963-1964)
  • Edward Heath (1970-1974)
  • Harold Wilson (1964-1970 e 1974-1976)
  • James Callaghan (1976-1979)
  • Margaret Thatcher (1979-1990)
  • John Major (1990-1997)
  • Tony Blair (1997-2007)
  • Gordon Brown (2007-2010)
  • David Cameron (2010-2016)
  • Theresa May (2016-2019)
  • Boris Johnson (2019-2022)
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