Rishi Sunak consolida favoritismo para sucessão de Boris Johnson após 2 votações

Ex-secretário das Finanças lidera rodadas no Partido Conservador, com Penny Mourdant como desafiante

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Londres | Reuters

Rishi Sunak, ex-secretário das Finanças do Reino Unido, consolidou nesta quinta-feira (14) a liderança sobre os concorrentes na disputa para se tornar o próximo líder do Partido Conservador e primeiro-ministro britânico, depois da renúncia de Boris Johnson.

Sunak, cuja saída do Tesouro na semana passada foi uma das primeiras de uma série de demissões que forçaram Boris a deixar o cargo, é o favorito entre os parlamentares da legenda, apesar de ser alvo de críticas por suas propostas para a economia e pelo papel que desempenhou no último dia 5.

A principal concorrente nesse momento parece ser Penny Mordaunt, que tem um cargo na pasta de Comércio, com a secretária de Relações Exteriores Liz Truss logo atrás. Truss lançou sua campanha de forma oficial nesta quinta argumentando ser a única com experiência para tomar as "decisões difíceis" necessárias.

Rishi Sunak, à frente na corrida para ocupar o cargo de premiê do Reino Unido - Toby Melville - 14.jul.22/Reuters

O dia teve uma nova rodada de votação destinada a eliminar o nome que angariasse menos apoio entre os parlamentares conservadores. A procuradora-geral Suella Braverman não atingiu o limite de 30 endossos necessários para permanecer e deixou a disputa, que agora tem cinco nomes.

As rodadas com os legisladores continuam, nas previsões do partido até o dia 21, até que restem dois candidatos. O novo líder deve ser anunciado em 5 de setembro, a partir do resultado de uma votação realizada entre os 200 mil filiados à legenda.

Quem vier a ocupar o cargo vai ter de lidar com a disparada da inflação e o baixo crescimento econômico no Reino Unido, bem como a falta de confiança dos ingleses na política após o período de Boris no poder, marcado por uma sucessão de crises.

Nesta quinta, depois de ratificar a liderança que já havia sido indicada na rodada de quarta, Sunak agradeceu a seus apoiadores e escreveu no Twitter: "Estou preparado para dar tudo o que tenho a serviço de nossa nação. Juntos podemos restaurar a confiança, reconstruir nossa economia e reunir o país".

Mais cedo, ele foi à TV dizer que sua prioridade econômica será combater a alta inflação, não promover cortes de impostos —uma promessa de seus principais rivais.

Truss prometeu restaurar a confiança na política. "Vou fazer campanha como conservadora e governar como conservadora. Posso liderar, posso tomar decisões difíceis e posso fazer as coisas. Estou pronta para ser primeira-ministra desde o primeiro dia", disse. Questionada sobre por que não renunciou quando o apoio a Boris ruiu na semana passada, respondeu: "Sou uma pessoa leal. Sou leal a Boris Johnson".

Candidato mais popular entre seus colegas, Sunak terá que superar um fato indicado por uma pesquisa do instituto YouGov, realizada com quase 900 membros do partido: Penny Mordaunt era a favorita, superando qualquer um dos outros nas finais.

Também continuam no páreo a ex-ministra da Igualdade Kemi Badenoch e o presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento, Tom Tugendhat.

Saiba mais sobre os concorrentes

RISHI SUNAK

Foi um dos membros experientes da gestão Boris a renunciar no momento mais recente da crise. Anunciou sua candidatura com um vídeo no qual prometeu enfrentar o difícil cenário econômico com "honestidade, seriedade e determinação". Sunak foi nomeado secretário das Finanças no início de 2020 e foi elogiado por um pacote de resgate econômico para combater a crise causada pela pandemia.

LIZ TRUSS

É a segunda mulher a liderar a pasta de Relações Exteriores e foi eleita deputada pela primeira vez em 2010. Ela cultiva com cuidado sua imagem e já posou em um tanque emulando um registro da primeira-ministra Margaret Thatcher. Tem como proposta central de campanha reduzir a carga tributária.

PENNY MORDAUNT

Atualmente com um cargo na pasta de Finanças, foi secretária de Defesa na gestão de Theresa May. "Nossa liderança precisa mudar. Precisa se tornar um pouco menos sobre o líder e muito mais sobre o navio", escreveu no Twitter a deputada ao se lançar à disputa.

TOM TUGENDHAT

Tornou-se deputado em 2015 e é o atual presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento. Foi soldado das Forças Armadas, tendo servido no Iraque e no Afeganistão. Lançou sua candidatura com um artigo no jornal Daily Telegraph, propondo-se a unir um país dividido pelo brexit.

KEMI BADENOCH

Parlamentar desde 2017, teve cargos menores no governo, incluindo o de secretária de Estado para Igualdade, sem ter chegado a integrar o gabinete. Também fez parte do Legislativo londrino. É um dos nomes de menor projeção na disputa.

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