Descrição de chapéu terrorismo

Explosão mata pelo menos 21 pessoas e deixa 33 feridas em mesquita no Afeganistão

Ataque sem autoria identificada ocorre em meio a cenário de tensão entre Estado Islâmico e Talibã

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Cabul | Reuters e AFP

Uma explosão numa mesquita em Cabul, capital do Afeganistão, deixou ao menos 21 pessoas mortas e 33 feridas nesta quarta-feira (17). Segundo a polícia local, explosivos foram colocados dentro do templo muçulmano no momento em que fiéis faziam a oração da tarde. Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque até aqui, e as autoridades ainda não se pronunciaram publicamente sobre possíveis responsáveis.

A mesquita também abriga uma escola religiosa e fica localizada em um distrito sunita no noroeste de Cabul. Nesta quinta (18), o edifício, com as janelas quebradas, estava protegido por vários guardas talibãs armados, que também patrulhavam as ruas próximas.

Afegãos rezam em túmulo de vítimas de explosão em mesquita nos arredores de Cabul - Wakil Kohsar - 18.ago.22/AFP

Testemunhas disseram à agência de notícias Reuters que a forte explosão foi ouvida em um bairro do norte da cidade, quebrando janelas em prédios próximos.

A ONG italiana Emergency, que administra um hospital na capital afegã, informou que atendeu ao menos 35 vítimas da explosão, incluindo cinco crianças. Segundo o diretor Stefano Sozza, duas pessoas chegaram mortas ao hospital e uma terceira morreu na sala de emergência. "A maioria dos pacientes que recebemos após a explosão na mesquita sofreu ferimentos por estilhaços e queimaduras", afirmou.

Só neste mês, o hospital tratou 80 pacientes de seis diferentes episódios como explosões e tiroteios em massa. "O país está sofrendo as consequências de um conflito muito longo que prejudicou seu futuro", disse Sozza.

A missão das Nações Unidas no Afeganistão condenou a explosão e expressou preocupação com o que chamou de série perturbadora de explosões que mataram e feriram mais de 250 pessoas nas últimas semanas, o maior número de vítimas civis em um mês desde o ano passado.

"Com a deterioração da segurança, a ONU pede às autoridades talibãs de fato que tomem medidas concretas para prevenir todas as formas de terrorismo no Afeganistão", disse a missão diplomática em uma publicação no Twitter.

Um ano após o Talibã retomar o poder no Afeganistão, o país tem registrado atentados com frequência. Na semana passada, um homem-bomba detonou explosivos dentro de uma escola religiosa em Cabul, em um ataque que matou o clérigo talibã Rahimullah Haqqani e seu irmão. O religioso era conhecido em particular por seus discursos inflamados contra o grupo extremista Estado Islâmico, que reivindicou o ataque.

Em abril, mês sagrado do Ramadã, uma série de atentados com bombas foi registrada, com um balanço de dezenas de mortos.

A maioria dos ataques é reivindicada pelo Estado Islâmico, geralmente direcionados contra minorias como os xiitas, mas também contra os talibãs. Os fundamentalistas afegãos têm dito que derrotaram os militantes do EI, mas a rivalidade entre os grupos mantém altas a tensão e a violência no país.

O ataque mais recente ocorreu ainda horas antes de uma conferência em que ao menos 2.000 clérigos e líderes do Talibã se reuniriam em Kandahar, no sul do país, para, segundo um porta-voz, "tomar decisões importantes".

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