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Explosões em depósitos de petróleo em Cuba deixam ao menos 1 morto e 17 desaparecidos

Mais de 120 pessoas ficaram feridas no incidente em Matanzas, que coincide com agravamento da crise energética na ilha

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Matanzas | AFP e Reuters

Um incêndio de grandes proporções em uma área industrial da cidade de Matanzas, no oeste de Cuba, matou ao menos uma pessoa e feriu mais de 120. Outras 17 estão desaparecidas até o momento, segundo equipes de resgate.

O fogo teve início ainda na noite desta sexta (5), por volta de 20h no horário local, após um raio atingir um depósito de petróleo no local, que abriga oito estruturas do tipo. No início da manhã deste sábado (6), às 5h, outro depósito explodiu após as chamas se alastrarem, e um terceiro está sob risco.

Homem passa com bicicleta por rua da cidade cubana de Matanzas; ao fundo, fumaça de incêndio em depósitos de combustível - Yamil Lage - 6.ago.22/AFP

As autoridades de saúde cubana falam em 121 feridos, dos quais 36 permanecem internados em hospitais, 5 deles em estado crítico. A primeira morte foi confirmada na noite deste sábado. Entre os 17 desaparecidos estariam bombeiros.

Imagens dos arredores do local, a 100 quilômetros da capital Havana, mostram grandes nuvens de fumaça. O governador de Matanzas, Mario Sabines, informou que mais de mil pessoas precisaram ser retiradas da região.

De acordo com informações publicadas pelo jornal oficial Granma, o primeiro depósito atingido continha cerca de 26 mil metros cúbicos de petróleo, o que representa metade da capacidade máxima do local. Já o segundo, atingido pelas chamas, estava com 52 mil metros cúbicos.

Portais oficiais disseram que o dirigente cubano Miguel Díaz-Canel e o premiê Manuel Marrero supervisionaram os trabalhos de busca e contenção do fogo desde a madrugada no horário local. Neste sábado, Díaz-Canel escreveu no Twitter que os governos de México, Venezuela, Rússia e Chile enviaram equipamento e pessoal para ajudar no combate ao incêndio.

Ele também citou o "oferecimento de ajuda técnica dos EUA", sem entrar em detalhes.

Ainda segundo o Granma, o incidente ocorreu após uma falha do para-raios do local. Danger Ricardo, 37, soldador que trabalha no local atingido, disse à agência de notícias AFP que uma explosão do tipo é inédita e que não há relatos de falhas semelhantes no sistema de para-raios. Os depósitos locais abastecem a termoelétrica Antonio Guiteras, a maior de Cuba.

O incêndio ocorre em meio a mais uma grave crise na ilha caribenha envolvendo o desabastecimento de energia energética, agravada pelas condições precárias nas termoelétricas. Desde maio, autoridades do regime preveem apagões a cada 12 horas, o que tem levado a protestos pontuais em pequenas cidades.

A ilha conta atualmente com capacidade média de distribuição de energia de 2.500 megawatts, insuficiente para suprir a demanda em horários de pico de consumo, que atinge 2.900 megawatts, segundo dados oficiais.

À AFP Yuney Hernández, 32, contou que ela e a família abandonaram sua casa em La Ganadera, a cerca de 2 quilômetros do local do incêndio, e regressaram pouco depois, quando a situação parecia controlada. Duas horas depois, porém, mais explosões foram escutadas. "Parecia que estavam caindo pedaços do depósito", relatou.

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