Descrição de chapéu União Europeia

Incêndios na Espanha já queimaram o triplo do registrado em 2021

Fogo avança na região de Valencia, onde cerca de mil pessoas foram desalojadas

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Madri | AFP

Cerca de 10 mil hectares de mata já foram atingidos por um grande incêndio na província de Alicante, no sudeste da Espanha, afirmou o governo da região de Valencia nesta terça (16).

O fogo foi provocado por um raio que caiu em Vall d'Ebo na noite de sábado (13). Dali, ele se espalhou rapidamente devido aos ventos fortes, tendo desalojado mais de mil habitantes. Cerca de 300 bombeiros passaram a última noite tentando controlar o incêndio, com o auxílio de 24 aviões-cisterna e helicópteros.

O presidente regional de Valencia, Ximo Puig, descreveu o incêndio, que atingiu um perímetro de 65 quilômetros, como de proporções enormes. Segundo afirmou em entrevista ao canal Antena Três, a situação é complexa porque o fogo tem avançado numa velocidade impossível de acompanhar.

Helicóptero combate incêndio na cidade de Pego, na Espanha - Lorena Sopena - 16.ago.22/Reuters

Ainda na região de Valencia, mais focos de incêndios ao norte da cidade de mesmo nome foram combatidos por bombeiros, com o apoio de ao menos dez aviões-cisterna.

Já no norte da Espanha, na região de Aragão, os socorristas conseguiram estabilizar um grande incêndio que tinha começado no sábado (13) e queimou mais de 6.000 hectares. Cerca de 1.500 pessoas foram retiradas de casa, e o fogo não chegou ao parque natural de Moncayo, montanha que domina a paisagem da região.​

Em Portugal, porém, um incêndio que tinha sido controlado na noite da sexta (12) renasceu por causa de ventos fortes. A destruição chegou ao parque natural da Serra da Estrela, localizado no centro do país e reconhecido pela Unesco, segundo afirmou a Proteção Civil portuguesa.

Mais de mil bombeiros foram enviados ao local para combater o fogo, que queimou mais de 15 mil hectares segundo dados provisórios das autoridades portuguesas.

Em 2022, a Espanha registrou 391 incêndios, alimentados por temperaturas muito altas, às vezes de mais de 40°C, e uma seca persistente. Segundo dados mais recentes do Effis, sistema europeu de informação sobre incêndios florestais, eles queimaram só este ano mais de 270 mil hectares no país —o mais castigado da Europa. É o triplo da superfície queimada em todo o ano de 2021, de 84,8 mil hectares.

Já em Portugal houve neste ano 195 incêndios, que destruíram 84.717 hectares, segundo dados do Effis.

O verão do hemisfério Norte tem castigado a Europa com uma série de eventos climáticos extremos. A Inglaterra, por exemplo, declarou oficialmente o estado de seca em 8 de suas 14 regiões na semana passada, a reboque do verão mais seco dos últimos 50 anos e o julho mais seco desde 1935.

As temperaturas também têm castigado os britânicos, fazendo o termômetro subir à casa dos 35°C —há algumas semanas o país superou os 40°C pela primeira vez desde que começaram as medições. A Itália enfrenta a pior estiagem em sete décadas no rio Pó, e no alemão Reno muitas embarcações se veem impedidas de navegar devido ao nível baixo das águas.

A França também tem que lidar com incêndios florestais, com o combate dificultado por temperaturas na casa de 40°C.

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