Israel diz que bloqueou 'túnel de ataque' do Hamas na Faixa de Gaza

Exército israelense afirma que a passagem serviria para grupo radical islâmico se infiltrar no território

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Jerusalém | Reuters

O Exército de Israel anunciou nesta segunda (15) que bloqueou um túnel escavado pelo Hamas que teria como objetivo servir de passagem para o grupo radical islâmico se infiltrar no território israelense.

Os palestinos usaram túneis para surpreender as forças de Israel durante a Guerra de Gaza, em 2014. Desde então, a inteligência israelense vem desenvolvendo tecnologias de detecção de túneis e construiu uma barreira de concreto subterrânea com sensores para frustrar eventuais tentativas de escavação além da fronteira.

Imagem retirada de vídeo divulgado pelo Exército de Israel mostra suposto túnel ligando a Faixa de Gaza a Israel escavado pelo enclave palestino do Hamas - AFP

O Exército israelense revelou uma série de túneis nos últimos anos. O último deles havia sido neutralizado no ano passado, mas dois caminhos que levam a Israel estavam sendo reativados, segundo nota do órgão, sem conseguir ultrapassar a barreira de concreto, no entanto.

Porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum afirmou que o grupo tem "direito de usar todos os modos de fortalecer e desenvolver seu potencial" e que o pronunciamento de Israel indica "façanhas mentirosas" ao mundo.

O anúncio do Exército israelense se dá cerca de uma semana depois de uma escalada da violência na fronteira, em que forças israelenses bombardearam alvos palestinos e militantes do grupo radical Jihad Islâmico, considerado terrorista, responderam com centenas de foguetes.

Israel focou sua operação de três dias contra o Jihad Islâmico, grupo apoiado pelo Irã, de forma a evitar confrontos diretos com o maior e mais poderoso Hamas, que governa Gaza desde 2007.

Um porta-voz do Exército israelense afirmou que o órgão tinha conhecimento do túnel, mas esperou que a operação da semana passada fosse finalizada para intervir. Segundo ele, a operação foi "não cinética". Isso significa que o túnel foi alagado para que fosse desativado. Ele ainda afirma que a obra, profunda, estava em estágio bastante avançado.​

As ações de Israel em Gaza contra o Jihad Islâmico deixaram ao menos 43 mortos até o estabelecimento de um cessar-fogo, com mediação do Egito. Segundo os palestinos, a maior parte das vítimas era de civis; o Ministério da Saúde local citou entre os mortos pelo menos 15 crianças e contabilizou 311 feridos. Dois membros da cúpula do Jihad Islâmico também foram mortos.

Os bombardeios foram iniciados por Israel na sexta, em resposta ao que o governo de Lapid descreveu como ameaças terroristas a militares e civis por parte dos radicais —o premiê disse ter agido de forma preventiva.

Francesca Albanez, relatora da ONU para territórios palestinos, disse à rede Al Jazeera que os ataques de Israel foram ilegais e irresponsáveis; as Nações Unidas têm sido críticas à postura do país. Os EUA, por sua vez, disseram acreditar "firmemente que Israel tem o direito de se proteger".

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