Após uma avaliação ambiental da autoridade responsável pelo trânsito nos EUA ser destravada nesta quarta (10), Nova York ficou mais perto de se tornar a primeira cidade do país a introduzir um pedágio urbano para veículos —a exemplo do que já acontece em Londres.
Até o fim de 2023, uma taxa de congestionamento de até US$ 23 (R$ 116) deverá ser cobrada de motoristas que entram ou permanecem em Manhattan. O objetivo é desafogar o tráfego na região e angariar recursos para melhorar o transporte público. Segundo um estudo recente, a adoção das tarifas tem potencial para reduzir entre 15% e 20% o número de carros que circulam pelo distrito.
O sistema já havia sido aprovado em 2019 e estava previsto para ter início no ano passado, mas o governo do ex-presidente do Donald Trump não adotou nenhuma medida para colocá-lo em prática.
Nesta quarta, a autoridade federal responsável pelo trânsito rodoviário, a FHWA, disse que aprovou a avaliação ambiental necessária. A agência, que ainda analisará as sugestões públicas enviadas até 9 de setembro, não deu um cronograma para sua decisão, mas deve aprovar a nova cobrança.
Veículos de passeio podem ter de pagar entre US$ 9 (R$ 45) e US$ 23 (R$ 116) para entrar em Manhattan nos horários de pico, enquanto nos pedágios noturnos a tarifa seria de US$ 5 (R$ 25). Os motoristas podem aplicar as cobranças já existentes em pontes e túneis às taxas de congestionamento.
De acordo com a MTA, companhia responsável pelo transporte público no estado de Nova York, a taxa pode entrar em vigor em até 10 meses após a aprovação, período necessário para a implementação do sistema.
"A cobrança de congestionamento é boa para o meio ambiente, boa para o transporte público e boa para Nova York e região", disse Janno Lieber, CEO da MTA.
A avaliação ambiental divulgada na quarta mostrou que a tarifa reduziria o tráfego de Manhattan, melhoraria a qualidade do ar, tornaria os ônibus mais confiáveis e aperfeiçoaria o trânsito. Além disso, o pedágio urbano pode gerar entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão (R$ 5 bi e R$ 7,5 bi) por ano, apoiando o financiamento de dívida para melhoria do transporte público em US$ 15 bilhões (R$ 75,7 bilhões).
A Riders Alliance, grupo de defesa do trânsito, endossou a medida e disse que as taxas de congestionamento não poderiam chegar cedo o bastante.
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