Papa Francisco encontra número 2 de Igreja Ortodoxa russa

Audiência com bispo acontece um mês antes de cúpula prevista com patriarca Cirilo

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Roma | Reuters

O papa Francisco se encontrou nesta sexta-feira (5) com o bispo Antoni de Volokolamsk, o segundo líder mais poderoso da Igreja Ortodoxa Russa, um mês antes de uma cúpula que deve ocorrer entre ele e o patriarca Cirilo, que apoia a Guerra da Ucrânia.

Foi a primeira reunião entre os dois desde que o antecessor de Antoni, Hilarion, foi deposto em junho —em uma decisão abrupta, que analistas interpretaram como possível sinal de dissenso no topo do patriarcado de Moscou em relação ao conflito.

O papa Francisco encontra o líder número 2 da Igreja Ortodoxa russa, bispo Antoni, no Vaticano - Divulgação Mídia do Vaticano/Reuters

O Vaticano listou Antoni nos compromissos oficiais do papa e divulgou fotos dos dois líderes, mas não deu detalhes do que foi discutido na audiência privada.

Francisco deve participar de um congresso de líderes religiosos na capital do Cazaquistão, Nursultan, nos dias 13 e 15 de setembro, onde disse que espera se encontrar com Cirilo. Bulat Sarsenbaiev, chefe da organização cazaque que sedia o evento, disse ao jornal Astana Times que o patriarca ortodoxo confirmou presença.

Aliado próximo do presidente russo Vladimir Putin, Cirilo deu um apoio entusiasmado à invasão da Ucrânia pela Rússia. Em suas manifestações, ele vê Moscou servindo como uma espécie de baluarte contra um Ocidente em franca decadência e degeneração.

A postura de Cirilo causou uma rixa com o Vaticano e desencadeou uma rebelião interna que levou ao rompimento dos laços de algumas congregações locais com a Igreja Ortodoxa Russa.

Francisco, por sua vez, fez críticas à ação militar e a Putin, chamando o conflito de "guerra de agressão cruel e sem sentido". Ele planejava se encontrar com Cirilo em 14 de junho em Jerusalém, mas cancelou a viagem após ser aconselhado por diplomatas do Vaticano.

Os dois estiveram juntos uma vez, em Cuba em 2016, no primeiro encontro entre um papa e um líder da Igreja Ortodoxa Russa desde o grande cisma que dividiu os dois grupos, em 1054.

Em entrevista à Reuters no mês passado, Francisco disse que queria visitar Kiev depois que retornasse do Canadá, mas que também queria ir a Moscou, de preferência primeiro, para ajudar a promover a paz. Ele foi à América do Norte para pedir perdão pelo envolvimento da Igreja em abusos em internatos para indígenas.

No avião de volta a Roma, a jornalistas ele afirmou que deve diminuir o ritmo de deslocamentos do tipo e voltou a tratar da possibilidade de renunciar ao cargo. Citando que dependerá "do que as pernas disserem", ele indicou, porém, que pretende manter deslocamentos já estudados —entre eles o ao Cazaquistão— antes de fazer novos planos.

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