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Que ganhe Lula no Brasil, diz presidente eleito da Colômbia

Gustavo Petro se encontrou com jornalistas estrangeiros um dia antes de tomar posse

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Bogotá

O presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro,​ voltou a dizer que torce pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil, em outubro próximo.

O político toma posse neste domingo (7), com expectativa alta —a indicar por sua popularidade—, maioria garantida nas duas Casas do Congresso e uma festa de rua organizada para 100 mil pessoas em Bogotá. Neste sábado (6), ele cumpriu uma série de agendas na capital colombiana.

À noite, compareceu a um encontro com um grupo de 100 jornalistas estrangeiros em um hotel no bairro de Chapinero, onde recebeu também as delegações de outros chefes de Estado. Ao chegar, o presidente eleito cumprimentou os presentes um a um e, em resposta à Folha, que o perguntou sobre as expectativas para as eleições no Brasil, foi sucinto: "Que ganhe Lula".

O presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, discursa em cerimônia com indígenas em Bogotá - Juan Barreto - 6.ago.22/AFP

No pleito colombiano, o petista também indicou, em junho, torcer pela eleição do ex-guerrilheiro, que ao fim derrotou o populista Rodolfo Hernández com estreita margem. Mais recentemente, a vice-presidente eleita, Francia Márquez, manifestou simpatia pela candidatura de Lula, também em entrevista à Folha.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, dirigiu críticas e ironias a Petro, apesar de o Itamaraty ter apostado no pragmatismo ao parabenizá-lo pela vitória. O Brasil será representado na posse neste domingo justamente pelo chanceler Carlos França —Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão (Republicanos), que serão candidatos em outubro, preferiram não viajar.

Outros líderes, porém, confirmaram presença em Bogotá, incluindo os chefes de Estado de Chile, Equador, Bolívia, Paraguai, Panamá, Honduras, Costa Rica e Argentina, além do rei espanhol Felipe 6º. Na tarde deste sábado, Petro recebeu a hondurenha Xiomara Castro e o argentino Alberto Fernández, entre outros. Mais cedo, participou com Francia Márquez de um culto espiritual com grupos indígenas, que lhes empossaram de forma simbólica.

No evento com jornalistas à noite, estiveram presentes outras figuras que integrarão o governo, como Iván Velázquez, futuro ministro da Defesa, e o chanceler designado, Álvaro Leyva. A recepção tinha pratos típicos e os garçons vestiam roupas folclóricas.

O levantamento mais recente do Instituto Invamer indica que Petro assumirá com a aprovação de 64% dos colombianos (20 pontos percentuais a mais do que tinha em fevereiro, no começo da campanha eleitoral). Ele nunca havia sido tão bem avaliado: quando foi prefeito de Bogotá, o máximo a que chegou foi a 59% de popularidade.

A pesquisa do Invamer mostra que a maioria dos colombianos aprovou o modo como Petro se aproximou, nas últimas semanas, do centro e até da direita. Os encontros com figuras como o ex-caudilho Álvaro Uribe serviram para mostrar alguém conciliador e disposto a conversar com a oposição.

Já o atual presidente, Iván Duque, deixa o cargo querido por menos de 20%, com um governo desgastado pelo impacto da pandemia de Covid, por duas ondas de protestos —2019 e 2021— e pelo aumento da violência, que suas políticas linha dura não conseguiram combater.​

Neste sábado, em seu último dia no cargo, ele fez um discurso em cadeia nacional. Agradeceu aos colombianos pelo apoio e pelas "críticas construtivas".

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