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Argentina registra novos atos em apoio a Cristina Kirchner após ataque

Missa em Luján reuniu políticos, enquanto manifestação em praça teve militantes e apoiadores da vice-presidente

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Buenos Aires

A capital argentina registrou neste sábado (10) dois atos em apoio a Cristina Kirchner, devido ao ataque perpetrado por um cidadão brasileiro que tentou disparar uma arma contra o rosto da vice-presidente no último dia 1º, em frente a sua casa.

O primeiro deles foi um serviço religioso na Basílica de Luján, famoso local de peregrinação, a 70 quilômetros de Buenos Aires. A missa celebrada ali pediu "pela paz e pela fraternidade entre os argentinos". Integrantes de partidos da oposição foram chamados, mas não compareceram —muitos políticos críticos ao governo criticaram a reação de Alberto Fernández ao episódio, acusando o presidente de tomar medidas populistas por oportunismo.

Além de mencionar o atentado a Cristina, o arcebispo Jorge Sheinig pediu orações ao ex-senador Esteban Bullrich, internado devido a complicações causadas pela esclerose lateral amiotrófica (ELA).

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, em serviço religioso na Basílica de Luján em apoio a Cristina Kirchner - Divulgação Casa Rosada

"Se nos fechamos em nossas bolhas ideológicas, iremos ao choque, ao enfrentamento, à dissolução da cidadania. Se nos abrimos ao diálogo, podemos nos encontrar, escutar, trabalhar pelo bem comum, fortalecer a democracia e reconstruir com esperança essa pátria ferida", disse Sheinig em seu sermão.

Dentro e fora do templo havia agentes armados e um forte esquema de segurança. Fernández compareceu ao serviço, assim como o ex-mandatário Eduardo Duhalde. Estavam presentes ainda o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, ministros como Santiago Cafiero (Relações Exteriores), Eduardo de Pedro (Interior) e Jorge Taiana (Defesa), além de dirigentes de entidades de direitos humanos como Taty Almeida, das Mães da Praça de Maio, e o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel.

Mais tarde, no entorno do parque Lezama, na capital, uma segunda manifestação começou quando se ouviram, em alto volume, os versos "Se tocam em Cristina, que bagunça se vai armar" —a canção da juventude kirchnerista, que já existia antes e era entoada principalmente antes das muitas audiências na Justiça a que a vice-presidente vem comparecendo, virou a mais cantada nos atos em sua defesa.

Ela era o som de fundo enquanto apoiadores da ex-mandatária iam chegando ao parque e esperando que mais convidados aparecessem. Logo a área do gramado já estava lotada, bem como as ruas ao redor, muito usadas por turistas nos fins de semana.

Um palco foi armado, no qual ministros, políticos kirchneristas e líderes de organizações de esquerda discursaram. Havia faixas de vários grupos, como a Juventude Peronista e La Cámpora, além de outras com as cores da Argentina e os dizeres "Todos com Cristina". Nas vias próximas, vendedores ambulantes comercializavam camisetas e bandeiras com os rostos de Cristina e Néstor Kirchner, Juan e Evita Perón.

"Vim porque é necessário defendê-la e evitar que a Argentina entre numa guerra entre irmãos. Se a oposição não parar de tratá-la mal, algo pior vai acontecer, e nós temos que estar com ela sempre", disse à Folha Agustín Herrera, 45. Outro presente, o aposentado Sandoval Heig, 62, contou que não era kirchnerista, mas que tinha ido à praça mesmo assim. "Pela democracia, para que a Argentina preserve suas instituições. A violência nunca é a saída."

A presença da vice, porém, não era esperada. Cristina vem passando os últimos dias longe do foco, em uma fazenda de amigos na província de Buenos Aires.

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