Bolsonaro é recebido em Nova York entre gritos de 'mito' e 'genocida'

Presidente viaja para Assembleia-Geral da ONU, onde fará discurso de abertura da cerimônia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Nova York

Em Nova York para a Assembleia-Geral da ONU, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a encontrar apoiadores na porta do hotel onde está hospedado, em cenas semelhantes às registradas em Londres, onde esteve em agenda anterior para o funeral da rainha Elizabeth 2ª.

Ao sair do local na manhã desta terça-feira (20), o presidente gravou vídeos e tirou fotos com um grupo que o aguardava. Falando a jornalistas, menosprezou a série de pesquisas de intenção de votos que o mostra em segundo lugar na corrida para o Palácio do Planalto, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Não valem de nada", afirmou.

Projeção de imagens de Jair Bolsonaro, chamado de 'vergonha brasileira', feita por ativistas no prédio da ONU em NY por ativistas - Manuela Lourenço/Divulgação

Questionado sobre o que faria caso perca a eleição, declarou: "Não vou falar em hipótese, vamos ganhar no primeiro turno". O presidente tem reiterado a afirmação em todas as suas recentes aparições públicas, a despeito da vantagem de seu principal adversário na corrida eleitoral. No fim de semana, disse em entrevista ao SBT que uma possível derrota nas urnas seria resultado de "algo de anormal" dentro do Tribunal Superior Eleitoral.

Bolsonaro afirmou ainda que defenderá a imagem do país no discurso na Assembleia-Geral e citou números de melhora na economia, antes de repetir o bordão de que "o Brasil está condenado a crescer" –seu mandato, porém, encerra com maior endividamento do país.

Mais cedo, cerca de 40 apoiadores se reuniram em frente ao hotel em que Bolsonaro estava hospedado gritando palavras de ordem e tirando fotos com autoridades e aliados notórios, como o pastor Silas Malafaia, que acompanha o presidente aos EUA depois de também viajar com ele ao Reino Unido.

Bolsonaro andou a pé até a rua de trás do hotel para chegar até o veículo que o levaria ao prédio da ONU, carregando consigo a claque de apoiadores, além de seguranças e jornalistas —o que chamou a atenção dos americanos que passavam pelo local.

Na noite de segunda-feira (19), cerca de 60 apoiadores do presidente discutiram com outros manifestantes na entrada do hotel. Por volta das 19h, no horário local (20h em Brasília), cinco pessoas contrárias a Bolsonaro chegaram ao local carregando faixas com os dizeres em inglês "Brasileiros contra o fascismo" e "51 imóveis em dinheiro vivo" —referência a uma reportagem do portal UOL sobre transações da família Bolsonaro para a compra de propriedades.

Os dois grupos, então, bateram boca e trocaram xingamentos. Os bolsonaristas cantaram o hino nacional e gritaram "bandidos", "eu vim de graça" e "vai para a Venezuela", entre outras palavras de ordem. Os manifestantes contrários responderam com gritos de "genocida" e "ão ão ão, tchutchuca do centrão".

Os funcionários do local agiram para tentar separar os manifestantes e evitar que eles entrassem em embate direto. Um veículo da polícia de Nova York acompanhou a movimentação.

  • Acompanhe aqui a transmissão do discurso do presidente e a cobertura da Assembleia-Geral em tempo real.
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.