Greve gera onda de voos cancelados na França e afeta setor aéreo da Europa

Marcado por paralisações e falta de pessoal, primeiro verão europeu pós-Covid frustra esperanças de recuperação da área

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Paris | Reuters

Uma greve dos controladores de tráfego aéreo franceses nesta sexta (19) levou ao cancelamento de mais de 400 voos que sairiam ou chegariam a Paris na data e de vários outros que simplesmente sobrevoariam o país, provocando transtornos em toda a Europa.

Passageiros encaram painel que mostra dezenas de voos cancelados por causa de greve de controladores no aeroporto Charles de Gaulle, em Roissy, nas cercanias de Paris - Julien da Rosa - 16.set.22/AFP

O sindicato da categoria exige a contratação de mais funcionários e aumentos salariais capazes de mitigar os efeitos da inflação. Ele afirma que a paralisação acontece depois de meses de negociações infrutíferas e diz que uma nova greve de três dias pode acontecer no final do mês caso as tratativas não avancem.

Nos últimos meses, greves e equipes desfalcadas vêm obrigando as companhias a cancelarem milhares de voos, acabando com as esperanças de que neste verão do hemisfério Norte o setor enfim se recuperaria das sucessivas perdas causadas pela pandemia.

Maior companhia aérea de baixo custo da Europa, a Ryanair afirmou que a mobilização a obrigou a suspender 420 voos —a maioria deles apenas sobrevoaria a França— e afetou os planos de viagem de cerca de 80 mil passageiros. A empresa chamou a greve de inexplicável e injusta com cidadãos e visitantes.

Enquanto isso, a francesa Air France declarou que reduziu seus voos de curta e média distância pela metade, mas manteve 90% dos longos. Já a British Airways disse ter feito poucas mudanças em sua programação de voos curtos e ofereceu aos clientes que tiveram viagens canceladas opções de reagendamento ou reembolso.

A DGAC, agência nacional de aviação da França, diz em nota que pediu a todas as companhias aéreas que cortassem pela metade sua oferta de voos. Segundo o órgão, alguns aeroportos locais foram temporariamente fechados, incluindo os de Montpellier e Rennes, e havia "atrasos significativos" nos aeroportos do país.

Países vizinhos também sentiram o impacto da greve na França. A Aena, que opera quase 50 terminais na Espaha, disse que a mobilização fez com que fossem cancelados 65 voos, por exemplo.

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