Descrição de chapéu família real britânica

Rainha Elizabeth 2ª está sob cuidado médico; família real é chamada

Príncipes Charles e William viajaram a Balmoral para encontrá-la após alerta, e Harry e Meghan estão a caminho

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Londres | Reuters

Um alerta do Palácio de Buckingham sobre a saúde da rainha Elizabeth 2ª divulgado nesta quinta (8) mobilizou as atenções no Reino Unido. Segundo a nota, médicos expressaram preocupação com o estado da soberana de 96 anos e recomendaram que ela permaneça sob supervisão médica.

A rainha Elizabeth 2ª cumprimenta a nova primeira-ministra britânica Liz Truss no Castelo de Balmoral, na Escócia - Jane Barlow/Pool via Reuters

A família real britânica partiu em peso para o local onde ela passa férias, o Castelo de Balmoral, na Escócia, para estar ao seu lado. Seu filho mais velho e herdeiro, o príncipe Charles, e seu neto, o príncipe William chegaram ao local no início da tarde acompanhados dos príncipes Andrew e Edward. O grupo se juntou à princesa Anne.

Harry, neto da rainha que rompeu com a Coroa, cancelou um compromisso esta noite em Londres para estar ao lado da soberana —sua mulher, Meghan não o acompanhará na viagem. O casal reside nos Estados Unidos desde que abdicou de seus títulos de nobreza, e visitava o Reino Unido.

Aconselhada por médicos, Elizabeth cancelou uma reunião virtual com ministros na quarta (7). Na véspera, tinha empossado a nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, e se reunido com Boris Johnson, de saída do cargo. Sua saúde frágil já se refletia ali, uma vez que que os líderes foram requeridos a viajar a Balmoral para a cerimônia em vez de ela ser realizada no Palácio de Buckingham, como dita a tradição.

Problemas de mobilidade forçaram a rainha a adotar uma bengala e a diminuir gradativamente suas aparições públicas nos últimos anos. Hoje ela passa grande parte do tempo no Castelo de Windsor, residência rural da família britânica nos arredores de Londres.

A soberana não participou da maior parte das celebrações do Jubileu de Platina, que marcou os 70 anos de seu reinado, em junho deste ano. Com a diminuição do ritmo de sua agenda, o príncipe Charles assumiu muitos de seus deveres públicos, como a abertura do Parlamento e a consagração de cavaleiros. Elizabeth interrompeu as viagens para fora do Reino Unido anos atrás.

O declínio das condições da rainha começou em outubro do ano passado, quando ela precisou passar uma noite no hospital para realizar exames. Foi a sua primeira internação desde 2013.

Em fevereiro deste ano, ela teve Covid. A chefe da monarquia britânica apresentou sintomas leves da doença, mas precisou adiar compromissos na medida em que eles persistiram. Dois meses mais tarde, em uma videochamada com o Hospital Real de Londres por ocasião da abertura de uma ala batizada com seu nome, ela disse que a doença a tinha deixado "muito cansada", "exausta".

Uma fonte do palácio disse à Reuters que há especulações de que ela teria sofrido uma queda agora, mas que os membros da família real minimizaram os rumores.

Líderes mundiais declararam apreensão pela saúde da governante. O presidente dos EUA , Joe Biden, disse por meio do porta-voz da Casa Branca que seus pensamentos estão com ela e sua família. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, também se manifestou, dizendo que seus pensamentos "e os de canadenses em todo o país estão com Sua Majestade a rainha Elizabeth 2ª neste momento".

Na Europa, a primeira-ministra britânica recém-empossada, Liz Truss, afirmou em uma rede social que todo o país está "profundamente preocupado" com Elizabeth. Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a rainha "representa toda a história da Europa ". Por meio de seu porta-voz, o secretário-geral da ONU, António Guterres, também afirmou que seus pensamentos estão com a rainha, sua família e o povo do Reino Unido neste momento.

A tradicional cerimônia de troca de guarda no Palácio de Buckingham foi cancelada em meio à preocupação com o bem-estar da rainha.

Aviso em que se lê 'não haverá cerimônia de troca de guarda hoje' é exibido no Palácio de Buckingham, no centro de Londres - Daniel Leal/AFP

Elizabeth 2ª subiu ao trono aos 25 anos, em 1952, após a morte de seu pai, o rei George 6º. O país, àquela altura, ainda emergia da devastação da Segunda Guerra Mundial, e Winston Churchill era premiê —a rainha acompanhou 14 primeiros-ministros desde que chegou ao trono.

Coroada aos 25 anos, a jovem que não esperava ser rainha deu lugar sete décadas depois à matriarca de uma família que já conta três gerações depois dela. Seu longo reinado, que em 2015 ultrapassou em duração o da rainha Vitória (1837-1901), foi de poucas polêmicas envolvendo a própria Elizabeth, mas infindáveis escândalos protagonizados por seus muitos parentes e descendentes.

A Casa de Windsor ainda não se recuperou totalmente da saída de Harry e Meghan de suas responsabilidades reais, há pouco menos de um ano —o casal sugeriu em uma entrevista à apresentadora Oprah Winfrey que a americana foi alvo de racismo pela família real. Ainda mais grave é a situação do príncipe Andrew, suspeito de ter abusado de adolescentes traficadas pelo americano Jeffrey Epstein.

Pessoalmente, a rainha também passou recentemente pelo trauma de perder seu marido, Philip, após 73 anos de casamento.

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