A polícia britânica iniciou investigações sobre o ataque a um manifestante que foi agredido por vários homens depois de ser arrastado para dentro do consulado chinês em Manchester. Ele protestava contra o líder Xi Jinping e a favor da democracia em Hong Kong.
O ato deste domingo (17) foi relizado no primeiro dia do Congresso do Partido Comunista, em Pequim, evento que deve dar a Xi um inédito terceiro mandato, ampliando seus poderes e sua influência sobre o gigante asiático.
Várias faixas de protesto foram colocadas na calçada do consulado, incluindo uma com a frase "o céu destruirá o Partido Comunista Chinês". Segundo a polícia local, de 30 a 40 pessoas estavam reunidas do lado de fora da representação diplomática.
Segundo a polícia britânica, a vítima foi arrastada por um pequeno grupo de homens que saiu do prédio do consulado. Ele então recebeu chutes e socos de cinco agressores enquanto estava caído. "Devido aos nossos temores pela segurança do homem, os policiais intervieram e retiraram a vítima do terreno do consulado", afirmaram as forças de segurança.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram os homens que haviam deixado o consulado, alguns usando capacetes e coletes de proteção, derrubando as faixas de protesto.
A vítima, de cerca de 30 anos, sofreu ferimentos e permaneceu no hospital durante a noite para tratamento, segundo a polícia. Ninguém foi preso, mas uma investigação completa está em andamento, informou o chefe assistente da polícia, Rob Potts.
A deputada conservadora Alicia Kearns, chefe do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento britânico, afirmou que o governo deve convocar o embaixador chinês e expulsar ou processar qualquer funcionário que tenha agredido manifestantes.
O consulado chinês em Manchester não respondeu aos pedidos de comentários da agência de notícias Reuters. Um porta-voz da primeira-ministra britânica, Liz Truss, disse que os relatos são "profundamente preocupantes".
Wang Wenbin, representante do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmou a repórteres em Pequim nesta segunda (17) que não estava ciente da situação, mas que as missões chinesas agiram de acordo com os acordos diplomáticos internacionais.
"As embaixadas e consulados chineses no Reino Unido sempre cumpriram as leis de seu país de residência. Também esperamos que o lado britânico facilite o desempenho normal das funções das embaixadas e consulados chineses."
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