Descrição de chapéu Governo Biden universidade

Ataque a tiros na Universidade de Virgínia deixa ao menos 3 mortos nos EUA

Episódio é o mais recente de onda de violência armada em instituições de ensino americanas nos últimos anos

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São Paulo

Um ataque a tiros em um ônibus que retornava à Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, após uma viagem de estudantes deixou ao menos três mortos na noite do domingo (13).

A polícia do campus identificou o suspeito pelo ataque como o aluno Christopher Darnell Jones, 22. Segundo a CNN, ele foi detido enquanto dirigia um veículo no condado de Henrico, a uma hora de Charlottesville, nesta segunda (14), e enfrentará acusações de homicídio doloso e de emprego de arma de fogo em um crime.

The Rotunda at the University of Virginia in Charlottesville, Va., on Aug. 11, 2020, which models on the Pantheon and was designed by Thomas Jefferson. The university  designed by Thomas Jefferson, was built by enslaved people, a new memorial acknowledges that long-suppressed history. (Sanjay Suchak/The New York Times)
Rotunda que imita o Panteão grego e foi projetada por Thomas Jefferson na Universidade da Virgínia, em Charlottesville - Sanjay Suchak - 11.ago.20/NYT

A prisão ocorre após a polícia passar quase 12 horas à procura do suspeito, obrigando a universidade a cancelar as aulas e a ordenar que seus alunos buscassem refúgio.

Jones é listado no site de atletismo da universidade como tendo participado do time de futebol americano quatro anos atrás. Os três jovens mortos no ataque, Devin Chandler, Lavel Davis Jr. e D'Sean Perry, integravam a equipe atualmente —e, como o suspeito, também eram negros.

Além deles, outras duas pessoas ficaram feridas no incidente, ocorrido por volta das 22h30 do domingo, e receberam assistência médica. Uma delas está em estado crítico.

Em comunicado divulgado pela Casa Branca, o presidente Joe Biden lamentou o caso, definido como um ataque a tiros sem sentido. "Muitas famílias carregam o terrível fardo da violência armada. Precisamos fazer mais [...] e tirar armas de guerra das ruas dos EUA", disse.

Jones havia sido alvo de uma investigação por porte de armas em setembro, mas nenhum artefato foi encontrado sob sua posse. Um perfil do jovem publicado pelo jornal Richmond Times-Dispatch em 2018 o retratava como alguém que tinha superado uma infância complicada, marcada por bullying e por relações difíceis com os pais, para se tornar um jovem promissor, com potencial nos estudos e no futebol americano.

O ataque é o mais recente de uma onda de violência armada em faculdades e escolas americanas —só neste ano houve episódios semelhantes em St. Louis, no Missouri, e em Uvalde, cidade no sul do Texas que abrigou o pior massacre em uma instituição de ensino nos EUA em quase uma década.

O título pertenceu por anos a outro crime ocorrido na Virgínia, o assassinato de 32 estudantes e professores do Instituto Politécnico do estado pelo aluno sul-coreano Cho Seung Hui, em 2007.

A violência tem alimentado o debate sobre restrições mais rígidas ao acesso a armas nos EUA, onde a Segunda Emenda da Constituição garante o direito de portá-las.

Relatório divulgado em maio pelo FBI, a polícia federal americana, mostra que o número de incidentes provocados por atiradores dobrou no país nos últimos três anos. O documento registra que, em 2018, foram contabilizadas 30 ações perpetradas por um ou mais indivíduos com a intenção de matar em áreas populosas. Em 2021, esse número chegou a 61.

Ainda no fim de semana, corpos de quatro estudantes foram encontrados em uma residência próxima do campus da Universidade de Idaho, na cidade de Moscow. A polícia local investiga o episódio como um caso de homicídio, e alunos foram instruídos a se refugiar por três horas até que a polícia determinasse que o potencial assassino não estava mais à solta. Também lá as aulas de segunda foram canceladas.

Com AFP e Reuters

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