Gráficos e mapas explicam como o mundo chegou a 8 bilhões de habitantes

ONU projeta que população atinja marca neste 15 de novembro; cifra vem acompanhada de desafios, avanços e desigualdades

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São Paulo

Somos 8 bilhões de pessoas no planeta.

A ONU projeta que nesta terça-feira (15) o mundo completa um novo bilhão de habitantes. A marca histórica vem em meio a um crescimento médio da população bem menor do que o observado em décadas passadas e à melhora de indicadores socioeconômicos importantes.

Olhar a superpopulação no mapa-múndi, porém, permite ver um emaranhado de diferenças.

A Folha preparou uma série de gráficos e mapas sobre o assunto.

Mulheres da minoria étnica miao, vestidas com trajes tradicionais, participam do festival de Kuzang, na província de Guizhou, sudoeste da China, país mais populoso do mundo - AFP

A evolução da população global

Até aqui, a evolução do número de pessoas se deu de forma acelerada. Foram necessários 121 anos para que o mundo passasse de 1 bilhão para 2 bilhões, e só 35 anos para que chegássemos aos 3 bilhões. Desde então, cada novo bilhão foi completado, em média, a cada 12 anos.

O peso de cada país na superpopulação

O peso dos países na população global mudou de forma considerável. Há 50 anos, a China já imperava como a nação mais populosa. Países como Alemanha e Japão, que à época compunham o grupo dos dez mais populosos, porém, deram adeus ao ranking.

O Brasil, coincidentemente, mantém a posição que ocupava há cinco décadas, mas flutuou nesse ínterim —ora como quinto, ora como o sexto na lista. As estimadas 215,8 milhões de pessoas fazem dele o sétimo com mais habitantes no mundo hoje, e daqui a 50 anos, em 2073, o país deve cair para o nono lugar.

Há países, concentrados no Sul Global, que ainda são desafiados pelo "boom" de suas populações. O fator se deve, em grande medida, a altas taxas de fecundidade (índice que calcula a média de filhos por mulher).

A ONU calcula que até 2050, quase todo o aumento global no número de crianças, jovens e adultos até 65 anos estará concentrado em países de baixa e média renda, oxigenando desigualdades já evidentes.

A participação de cada região

Ásia e África são as regiões com mais pessoas. A primeira abriga os dois países mais populosos do mundo —China e Índia. A segunda, além de sua extensão territorial, abriga nações com altas taxas de fecundidade.

O perfil de gênero e de idade

O mundo terá, em média, uma população cada vez mais velha —o que, em parte, é fruto do aumento da expectativa de vida, hoje de 73 anos. Há 50 anos, pessoas com mais de 50 anos representavam 15,4% da população. Hoje, são 25%. E, daqui a cinco décadas, serão 38%.

Quando o assunto é gênero, a evolução foi sempre semelhante: a quantidade de mulheres e de homens quase se equivale.

O crescimento médio anual

Na década de 1960, o mundo chegou a ter média anual de crescimento da população superior a 2%. Esse número vem caindo —em 2020, ficou abaixo de 1% pela primeira vez. A cifra ficará abaixo de zero na década de 2080, quando a população entra em decréscimo, segundo a ONU.

Onde cabe tanta gente

Os casos da Nigéria e da Guerra da Ucrânia

Mergulhar nas projeções da população global permite observar casos curiosos —alguns, aliás, que denotam preocupação.

A Guerra da Ucrânia, iniciada após a invasão russa em fevereiro, catapultou uma crise demográfica nos dois países, que já havia sido iniciada após o colapso da União Soviética, na década de 1990.

Já o caso da Nigéria, país da costa oeste da África, tem atraído a atenção de demógrafos. O país cresce de maneira acelerada, mas não tem indicadores que assegurem qualidade de vida a essa população.

Como estavam o mundo e o Brasil a cada bilhão

A renda da população e o perfil geográfico

Como já ocorre hoje, a projeção é de que a fatia da população de média e baixa renda siga como a predominante nas próximas décadas. O aumento da longevidade no planeta, aliás, traçará como um mundo no qual pessoas mais velhas têm de se aposentar cada vez mais tarde em um cenário mais desigual na comparação entre países.

De cada 8 habitantes do planeta, 1 mora hoje em favelas ou casas inadequada. A maior parte da população global vive no meio urbano, mas há grandes diferenças entre as regiões do globo.

Em quais regimes políticos vivem essas pessoas

Sete a cada dez pessoas do planeta, ou 5,7 bilhões, vivem em regimes que não são democráticos —autocracias eleitorais ou ditaduras. O cenário faz parte do que especialistas têm chamado de terceira onda de autoritarismo no mundo e está ligado ao fato de que há muitos países superpopulosos, como China e Índia, que são autocracias atualmente.

O perfil religioso da superpopulação

Desafiando prognósticos sobre uma secularização em massa, projeções mostram que o mundo tende a ficar mais religioso. O islamismo crescerá mais rapidamente do que qualquer outra grande religião.

Colaborou Pedro Labigalini 

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