Massachusetts elege 1ª governadora lésbica da história dos EUA

Em Maryland, democrata Wes Moore se torna primeiro homem negro a governar estado

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Atlanta (Geórgia)

A liderança dos governos estaduais dos EUA deve ficar mais diversa a partir do ano que vem.

Os primeiros resultados das midterms, a eleição de meio de mandato realizada nesta terça (8) para eleger senadores, deputados e governadores, mostram que, pela primeira vez, Massachusetts terá uma mulher abertamente lésbica no governo, de acordo com projeção da agência de notícias Associated Press.

A procuradora-geral de Massachusetts, Maura Healey, discursa em evento em Boston
A procuradora-geral de Massachusetts, Maura Healey, discursa em evento em Boston - Joseph Prezioso - 5.set.22/AFP

A democrata Maura Healey, 51, também será a primeira mulher eleita para o cargo no estado —em 2001, Jane Swift chegou ao posto após renúncia do titular. Os EUA ainda podem eleger outra mulher lésbica nesta noite, caso a democrata Tina Kotek vença a disputa ao governo do Oregon.

Outro estado que elegeu uma mulher pela primeira vez foi o Arkansas, onde a republicana Sarah Huckabee Sanders, porta-voz da Casa Branca durante o governo Trump, foi vitoriosa. O triunfo carrega simbolismo, uma vez que ela é filha de Mike Huckabee, que foi governador do mesmo estado por dez anos.

Já em Maryland, Wes Moore será o primeiro governador negro do estado e o terceiro eleito na história do país —os primeiros foram Douglas Wilder (1990-1994), na Virgínia, e Deval Patrick (2007-2015), em Massachusetts. Com trajetória no mercado de investimentos, o democrata, que também é escritor e produtor de televisão, substituirá o popular Larry Hogan, também do Partido Democrata.

Os democratas também levaram o governo da Pensilvânia, de acordo com projeção da CNN. Josh Shapiro, hoje procurador-geral, derrotou o republicano trumpista Doug Mastriano, investigado pelo comitê da Câmara que apura a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Em Michigan, a atual governadora, a democrata Gretchen Whitmer, venceu a reeleição contra a comentarista política ultraconservadora Tudor Dixon. Uma das principais plataformas de Whitmer foi a defesa do acesso ao aborto, após a Suprema Corte derrubar em junho o entendimento de que a interrupção voluntária da gravidez era um direito constitucional.

Na Geórgia, o governador republicano Brian Kemp foi reeleito, segundo projeção da CNN. Kemp foi considerado importante para frear a tentativa do ex-presidente Donald Trump, seu correligionário, de roubar o resultado no estado em 2020 —ele é alvo desde então da ira do ex-chefe da Casa Branca, que trabalhou duro contra sua candidatura. Kemp derrotou Stacey Abrams, ativista pela ampliação do acesso de minorias ao voto e vista como crucial para que Biden tenha saído vitorioso na Geórgia em 2020. Abrams e Kemp repetiram o pleito de 2018, vencido pelo republicano com 50,2% dos votos.

Na Flórida, o governador Ron DeSantis, hoje o maior nome do Partido Republicano depois de Donald Trump, foi reeleito. Agora, ele consolida sua força no estado, onde, mesmo como um deputado quase desconhecido, venceu as eleições anteriores apenas 0,4 ponto percentual à frente de seu adversário.

Nesta terça, ele derrotou o ex-governador Charlie Crist, hoje no Partido Democrata, que comandou a Flórida entre 2007 e 2011 pelo Partido Republicano. DeSantis conquistou popularidade às custas de muita controvérsia. A mais recente delas foi levar ao paroxismo um movimento de republicanos contra a migração irregular. No mês passado, ele fretou aviões para enviar 48 imigrantes à luxuosa e bucólica ilha de Martha’s Vineyard, em Massachusetts —sem que eles nem sequer soubessem aonde iam.

O governador reeleito também torna a Flórida um reduto cada vez mais republicano. Antes um estado-pêndulo, a região vota desde 2000 majoritariamente em nomes do partido de DeSantis.

O partido também confirmou a reeleição do governador Phil Scott no progressista estado de Vermont —o mesmo que elege o senador mais à esquerda do país, Bernie Sanders.

A corrida para o Senado, que definirá o futuro do governo Biden, ainda está indefinida. Apesar de uma série de resultados já ter sido anunciada, ainda não é possível saber quem serão os eleitos na Geórgia, no Arizona e em Nevada, estados que devem decidir o futuro da Casa.

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