Descrição de chapéu China Coronavírus

Repressão a protestos na China é sinal de fraqueza, diz chefe da diplomacia dos EUA

Antony Blinken critica Covid zero e resposta chinesa a onda de manifestações; Guangzhou registra novos atos

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São Paulo

O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, disse nesta quarta-feira (30) que a repressão da China aos protestos contra a política de Covid zero é um sinal de fraqueza do regime comunista.

À NBC News o secretário de Estado foi questionado acerca da resposta chinesa às manifestações e se ela de alguma forma aumenta a influência dos EUA e enfraquece Xi Jinping. Blinken evitou comentar os efeitos dos atos sobre o líder chinês, limitando-se a criticar tanto a repressão quanto a própria Covid zero.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante entrevista coletiva em Bucareste, na Romênia - Andrei Pungovschi - 30.nov.22/AFP

"Em qualquer país onde você vê pessoas tentando falar, protestar pacificamente, dar a conhecer suas frustrações —seja qual for o problema—, e então vê o governo tomar medidas repressivas para parar esse movimento, não é um sinal de força, é de fraqueza", afirmou.

"A política que vemos na China não é algo que faríamos. A China precisa descobrir um caminho para lidar com a Covid, um caminho que atenda às necessidades sanitárias, mas também às necessidades das pessoas. Não podemos resolver isso para eles."

A Covid zero, com duras restrições de liberdade e circulação, é a principal estratégia para conter os efeitos da pandemia —a despeito do impacto econômico e de críticas de entidades como a OMS, cujo diretor-geral classificou as medidas de insustentáveis.

Desde a última sexta-feira, chineses têm protestado contra as restrições. O estopim foi um incêndio na véspera que matou dez pessoas em isolamento em Urumqi, no oeste chinês. Nos dias que se seguiram, a onda de protestos cresceu, tornou-se a maior do país nas últimas décadas e chegou ao exterior.

Ante a combinação de repressão policial, barreiras nas ruas, censura na internet e intimidação via inquéritos, os atos em megacidades como Pequim e Xangai foram, na prática, silenciados —mas manifestações voltaram a ocorrer em outras regiões. Em Guangzhou, no sul da China, as autoridades chegaram a afrouxar as restrições contra a Covid na terça-feira (29), mas distritos ainda sob rígido controle foram palco de novos protestos e confrontos entre manifestantes e policiais.

Vídeos publicados em redes sociais mostram dezenas de agentes vestidos com trajes de proteção e equipados com escudos, como uma tropa de choque. Eles avançam em direção a um grupo de manifestantes sobre o que parecem ser barricadas e são atingidos por objetos não identificados.

As gravações também mostram policiais escoltando uma fileira de pessoas algemadas, grupos jogando mais objetos contra os agentes e ainda dezenas de pessoas se dispersando após o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo.

A localização dos vídeos foi confirmada pela agência de notícias Reuters –trata-se do distrito de Haizhu, em Guangzhou–, mas a sequência exata dos eventos e os possíveis motivos para os confrontos não estão claros. Autoridades, assim como em outras ocasiões semelhantes, não comentaram os incidentes.

Com Reuters

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