Advogado de Biden encontra em escritório documentos sigilosos do período em que ele foi vice

Casa Branca diz que colabora com análise do Departamento de Justiça; Trump é investigado por caso semelhante

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Washington | Reuters

Documentos confidenciais do período em que o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi vice de Barack Obama (2009-2017) foram encontrados em um escritório particular em Washington, informou nesta segunda-feira (9) um advogado da Casa Branca.

A revelação vem à tona no momento em que Donald Trump é investigado por ter guardado materiais sigilosos do governo americano em uma de suas propriedades, na Flórida —autoridades afirmam que os documentos têm potencial para comprometer a inteligência do país.

No ano passado, agentes do FBI, a polícia federal americana, fizeram uma operação para recuperar os papéis, numa ação sem precedente na história recente dos EUA contra um ex-presidente do país.

O presidente dos EUA, Joe Biden, em jardim da Casa Branca, em Washington
O presidente dos EUA, Joe Biden, em jardim da Casa Branca, em Washington - Leah Millis - 4.jan.23/Reuters

Ao menos dez documentos sigilosos foram encontrados em um escritório que pertenceu a Biden, segundo a rede americana CBS. O material foi achado por advogados do presidente em novembro, enquanto eles empacotavam arquivos em uma sala do Centro Penn Biden para Diplomacia e Engajamento Global.

Richard Sauber, conselheiro especial do democrata, afirmou que o político frequentou o espaço com frequência de 2017 até o início de sua campanha presidencial, em 2020.

O conteúdo dos documentos não foi revelado. Também não se sabe por que os papéis não estavam guardados nos Arquivos Nacionais dos EUA, como manda a legislação.

O caso está sob análise do Departamento de Justiça. Em comunicado, a Casa Branca informou que colabora com as apurações e que notificou a Administração Nacional de Arquivos e Registros no mesmo dia em que os documentos foram encontrados —os papéis teriam sido entregues pouco depois.

Segundo o jornal americano The New York Times, a descoberta não se deveu a nenhuma solicitação anterior dos arquivos e não há qualquer indicação de que Biden ou sua equipe tenham resistido a tentativas para recuperar os documentos confidenciais —diferentemente do que ocorreu com Trump.

Comparações com a investigação em curso envolvendo o ex-presidente, porém, são inevitáveis. Na plataforma Truth Social, o republicano aproveitou o caso para alfinetar o sucessor. "Quando o FBI vai invadir as muitas casas de Joe Biden, talvez até a Casa Branca? Esses documentos definitivamente não perderam o sigilo", escreveu o republicano.

Em fevereiro, o Arquivo Nacional da Casa Branca teve de buscar na casa do ex-presidente na Flórida 15 caixas de documentos que haviam sido retiradas indevidamente da sede do Executivo americano. Elas continham correspondências trocadas com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, entre outros papéis.

Depois, em agosto, autoridades entraram na casa do republicano em Mar-a-Lago e apreenderam mais 20 caixas de documentos, com uma série deles marcados como sigilosos, além de fotos e anotações.

Entre os possíveis crimes pelos quais o republicano é investigado nesse caso estão violações na lei de espionagem, obstrução de Justiça e destruição de documentos oficiais. No documento em que pedem autorização para a operação de busca os procuradores afirmam que há "provavelmente motivos para acreditar que serão encontradas evidências de obstrução" na casa de Trump.

Segundo o relatório, um acesso não autorizado a esse material poderia "resultar em dano à segurança nacional". Havia documentos apontando "fontes humanas clandestinas", que poderiam descrever operações, técnicas e procedimentos de agentes de inteligência no exterior, por exemplo. Não foram divulgados, porém, detalhes do que os papéis guardavam.

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