Descrição de chapéu Governo Biden China

Novo chanceler da China telefona para Blinken e busca estabilizar tensões com os EUA

Qin Gang procura diálogo com adversário na Guerra Fria 2.0 já nos primeiros momentos de 2023

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Washington | Reuters

Recém-nomeado ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, 56, buscou já nos primeiros momentos de 2023 melhorar as relações com os Estados Unidos, que tiveram picos de tensão nos últimos meses no contexto da Guerra Fria 2.0.

Em uma sinalização de apaziguamento dos ânimos, o novo chanceler chinês conversou por telefone com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, neste domingo (1º). Comunicado divulgado por Pequim informa que o país espera estreitar os laços com Washington e ampliar o intercâmbio sino-americano.

O novo chanceler da China, Qin Gang, em evento na cidade de Yorba Linda, nos EUA
O novo chanceler da China, Qin Gang, em evento na cidade de Yorba Linda, nos EUA - 24.fez.22/Xinhua

O responsável pela diplomacia americana, por sua vez, escreveu nas redes sociais que a conversa discutiu o relacionamento entre os dois países e os esforços para manter as linhas de comunicação abertas.

Ex-embaixador nos EUA e assessor de confiança do líder chinês, Xi Jinping, Qin foi nomeado chanceler na sexta (30), numa ação calculada pelo regime para retomar diálogos e estabilizar os elos com Washington.

Ele substitui Wang Yi, que foi ministro das Relações Exteriores ao longo da última década —período no qual China e EUA tiveram embates em temas diversos, de questões comerciais à autonomia de Taiwan.

As relações se deterioraram em agosto último, quando a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, fez a primeira visita em 25 anos de uma pessoa em seu cargo a Taipé. A viagem representou um choque diplomático de grandes proporções e escalou significativamente a tensão —em resposta, o país asiático multiplicou exercícios militares em torno do território que vê como rebelde.

Na lista de temas que azedaram a relação nos últimos meses também estão uma disputa comercial envolvendo tarifas e semicondutores, atritos relacionados à Coreia do Norte, debates sobre direitos humanos e a posição de ambos na Guerra da Ucrânia. Em novembro, o presidente americano, Joe Biden se encontrou pessoalmente com Xi pela primeira vez desde sua eleição. Ainda que tenham marcado suas diferenças, ambos também buscaram acalmar tensões da Guerra Fria 2.0. "Eu absolutamente acredito que não precisa haver uma nova Guerra Fria", disse o democrata após a reunião.

As tentativas de reaproximação aumentam a expectativa de que Blinken visite Pequim em breve —algo que de resto ficou acertado no encontro de novembro entre Biden e Xi.

Ao longo de 2022, o secretário de Estado adotou retórica dura contra Pequim. Em maio, acusou o país asiático de agir de modo desleal com outras nações e de ampliar a repressão interna. Em novembro, afirmou que a repressão da China aos atos contra a Covid zero indicava um sinal de fraqueza do regime.

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