Amsterdã proíbe maconha nas ruas do distrito da luz vermelha

Medida tenta amenizar incômodo de moradores com excessos de turistas e passa a valer em meados de maio

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São Paulo

Amsterdã anunciou nesta quinta (9) que banirá o consumo de maconha nas ruas do bairro De Wellen, o distrito da luz vermelha, conhecido pelos clubes de sexo. A cidade também tornará mais rígidas as regras para estabelecimentos da área, assim como as normas relativas à venda e ao consumo de álcool.

As medidas tentam amenizar os efeitos negativos do turismo de massa, que têm incomodado moradores.

Pessoas caminham pelas ruas do bairro De Wellen, conhecido como distrito da luz vermelha, em Amsterdã
Pessoas caminham pelas ruas do bairro De Wellen, conhecido como distrito da luz vermelha, em Amsterdã - Kenzo Tribouillard - 1º.jul.20/AFP

"Residentes sofrem muito com o turismo de massa e o abuso de álcool e de drogas nas ruas. Turistas também atraem traficantes, que são causa de crime e insegurança. A atmosfera da noite pode ficar especialmente sombria", afirmaram autoridades da cidade, em comunicado.

As novas regras valerão a partir de meados de maio, e as autoridades consideram estender a proibição da maconha para áreas externas dos chamados coffee shops, as lojas que comercializam a cânabis.

De quinta a domingo, estabelecimentos que comercializam álcool já são proibidos de vender produtos alcoólicos após as 16h do horário local e agora deverão também retirá-los das vitrines.

Cafés e restaurantes ainda terão de antecipar o horário de fechamento, hoje marcado para as 3h em dias úteis. A partir de maio, terão de parar de funcionar às 2h, e nenhum novo cliente poderá entrar depois de 1h. Casas de prostituição também são alvo das medidas. Antes abertas até as 6h, precisarão fechar às 3h.

Com menos de 1 milhão de habitantes, a capital holandesa recebe algumas dezenas de milhões de turistas, estrangeiros e nacionais, por ano, e o distrito da luz vermelha costuma ser o principal destino.

Desde 2018, autoridades de Amsterdã buscam o que chamam de "novo equilíbrio" entre a atividade turística e o cotidiano dos moradores. "Turismo é uma parte fundamental do caráter internacional de Amsterdã, e nós precisamos continuar cuidando disso. Ao mesmo tempo, porém, os aspectos positivos do turismo estão sendo ofuscados pelas suas consequências negativas", afirma a coalizão municipal.

Entre os pontos destacados para chegar a esse resultado estão reduzir multidões em espaços públicos, implementar tarifas mais justas para visita e uso da cidade e atrair visitantes para áreas menos ocupadas.

Em 2019, antes da pandemia da Covid abalar o turismo global, a atividade gerava US$ 23,7 bilhões (cerca de R$ 123,9 bilhões) em receitas à Holanda, segundo o Banco Mundial —em 2020, o valor foi de US$ 10,9 bilhões (R$ 57 bilhões). O distrito da luz vermelha foi muito atingido, e clubes e casas de sexo foram obrigados a fechar por meses antes de reabrir com recomendações para que beijos fossem evitados.

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